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Abcdário Musical

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Chico Buarque II


Os intérpretes de Chico
Para muitos fãs, o melhor intérprete das canções de Chico Buarque é o próprio Chico. Mas como ele nunca se negou a oferecer a seus amigos e familiares cantores composições originais, não se pode negar que algumas dessas canções passaram a ter versões "definitivas" em outras vozes, tal a qualidade das mesmas: além das citadas canções do "eu" feminino, temos o exemplo da antológica performance de Elis Regina na canção Atrás da Porta; Cio da Terra, com gravações emocionantes de
Milton Nascimento e da dupla rural Pena Branca & Xavantinho; e de interpretações de Ney Matogrosso. O sucesso de Cio da Terra alcançado pela dupla sertaneja citada mostra, aliás, que a arte de Chico não se restringe ao entendimento das elites da MPB
.
Isso já havia sido notado quando ele compôs diversos
sambas (Olê Olá, Quando o Carnaval chegar), que agradavam o público e a maioria dos artistas tradicionais desse gênero musical. Não foi por menos que, já consagrado, em 1998, Chico Buarque foi tema do enredo da escola de samba Mangueira que sagrou-se campeã do carnaval naquele ano.
Deve-se mencionar ainda seu êxito com outras composições que fez para cantores populares já com a carreira em declínio, como nos casos de
Ângela Maria, que gravou Gente Humilde e Cauby Peixoto com Bastidores. Dentre os artistas que regravaram músicas suas em estilo popular podem ser citados ainda
Rolando Boldrin, que relançou Minha História e a banda Engenheiros do Hawaii que, no ano 2000, gravou Quando o Carnaval Chegar no CD 10.000 Destinos.

Parceiros
Desde muito jovem, conquistou reconhecimento de crítica e público tão logo os primeiros trabalhos foram apresentados. Ao longo da carreira foi parceiro como compositor e intérprete de vários dos maiores artistas da Música Popular Brasileira como Tom Jobim, Vinícius de Moraes, Toquinho, Milton Nascimento e Caetano Veloso. Os parceiros mais constantes são Francis Hime e Edu Lobo.


Obra teatral
Em 1965, a pedido de Roberto Freire (o escritor e terapeuta, não confundir com o político), diretor do Teatro da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (TUCA), Chico musicou o poema Morte e Vida Severina de João Cabral de Melo Neto, para a montagem da peça. Desde então, sua presença no teatro brasileiro tem sido constante:
Roda viva
A peça Roda viva foi escrita por Chico Buaque no final de 1967 e estreou no Rio de Janeiro, no início de 1968, sob a direção de José Celso Martinez Corrêa, com Marieta Severo, Heleno Pests e Antônio Pedro nos papéis principais. A temporada no Rio foi um sucesso, mas a obra virou um símbolo da resistência contra a ditadura durante a temporada da segunda montagem, com Marília Pêra e Rodrigo Santiago. Um grupo de cerca de 110 pessoas do Comando de Caça aos Comunistas (CCC) invadiu o Teatro Galpão, em São Paulo, em julho daquele ano, espancou artistas e depredou o cenário. No dia seguinte, Chico Buarque estava na platéia para apoiar o grupo e começava um movimento organizado em defesa de Roda viva e contra a censura nos palcos brasileiros. Chico disse no documentário Bastidores, que pode ter havido um erro, e que peça que o comando deveria invadir acontecia em outro espaço do teatro.
Calabar
Calabar: o Elogio da Traição, foi escrita no final de 1973, em parceria com o cineasta Ruy Guerra e dirigida por Fernando Peixoto. A peça relativiza a posição de Domingos Fernandes Calabar no episódio histórico em que ele preferiu tomar partido ao lado dos holandeses contra a coroa portuguesa. Era uma das mais caras produções teatrais da época, custou cerca de 30 mil dólares e empregava mais de 80 pessoas. Como sempre, a censura do regime militar deveria aprovar e liberar a obra em um ensaio especialmente dedicado a isso. Depois de toda a montagem pronta e da primeira liberação do texto, veio a espera pela aprovação final. Foram três meses de expectativa e, em 20 de outubro de 1974, o general Antônio Bandeira, da Polícia Federal, sem motivo aparente, proibiu a peça, proibiu o nome "Calabar" e proibiu que a proibição fosse divulgada. O prejuízo para os autores e para o ator Fernando Torres, produtores da montagem, foi enorme. Seis anos mais tarde, uma nova montagem estrearia, desta vez, liberada pela censura.
Gota d'água
Em 1975, Chico escreveu com Paulo Pontes a peça Gota d'Água, a partir de um projeto de Oduvaldo Viana Filho, que já havia feito uma adaptação de Medéia, de Eurípedes, para a televisão. A tragédia urbana, em forma de poema com mais de quatro mil versos, tem como pano de fundo as agruras sofridas pelos moradores de um conjunto habitacional, a Vila do Meio-dia, e, no centro, a relação entre Joana e Jasão, um compositor popular cooptado pelo poderoso empresário Creonte. Jasão termina por largar Joana e os dois filhos para casar-se com Alma, a filha do empresário. A primeira montagem teve Bibi Ferreira no papel de Joana e a direção de Gianni Ratto. O saudoso Luiz Linhares foi um dos atores daquela primeira montagem.
Ópera do malandro
O texto da Ópera do malandro é baseado na Ópera dos mendigos (1728), de John Gay, e na Ópera de três vinténs (1928), de Bertolt Brecht e Kurt Weill. O trabalho partiu de uma análise dessas duas peças conduzida por Luís Antônio Martinez Corrêa e que contou com a colaboração de Maurício Sette, Marieta Severo, Rita Murtinho e Carlos Gregório.


Resumo:(Se é que dá para resumir tanta genialidade musical...)

Francisco Buarque de Hollanda é o quarto, entre sete filhos, do historiador Sérgio Buarque de Hollanda com a pianista amadora Maria Amélia Cesário Alvim. Nascido no Rio de Janeiro em 19/06/44, Francisco se tornaria, anos mais tarde, um artista completo. É cantor, compositor, ator, escritor, poeta e dramaturgo. Foi inicialmente pela música que Chico Buarque demonstrou interesse e através dela se tornou conhecido e respeitado.Com nove anos, morando na Itália, onde o pai dava aulas na Universidade de Roma, Chico Buarque compôs algumas marchinhas carnavalescas. Aos 12 anos, quando a família morava em São Paulo, suas irmãs mais novas, Ana, Cristina e Pii juntavam-se para cantar operetas compostas por ele.Ouvia desde sambistas tradicionais como Ataulfo Alves e Noel Rosa até artistas estrangeiros, principalmente, o francês Jacques Brel e os americanos Elvis Presley e o grupo The Platters. Foi o disco “Chega de Saudade”, de João Gilberto, porém, que alterou de forma definitiva a sua relação com a música.A primeira apresentação em show aconteceu no Colégio Santa Cruz em 1964, cantando “Canção dos Olhos”. É desse ano, também, a música “Tem Mais Samba”, que segundo o artista, é o ponto de partida na sua trajetória como artista profissional. A era dos festivais que lançou novos talentos na MPB estava apenas no início.O primeiro disco, um compacto gravado pela RGE em 1965, trazendo as músicas “Pedro Pedreiro” e “Um Sonho de Carnaval”, obteve sucesso. Desde então, Chico Buarque não parou mais de compor, participar de festivais de música - nacionais e internacionais - atuar em programas como “O Fino da Bossa”, da TV Record, e musicar espetáculos teatrais. As músicas “Disparada”, de Geraldo Vandré e Théo Barros e “A Banda”, de Chico Buarque - defendida por Nara Leão - foram campeãs do Festival da Record de 1966. Essa conquista ajudou a fazer de Chico Buarque um artista conhecido nacionalmente.Os festivais, muito populares na época, foram fundamentais para a consolidação do nome de Chico Buarque no cenário nacional. “Roda Viva”, “Carolina”, “Sabiá” “Benvinda” e “Bom Tempo” foram marcantes naquele momento.Em 1969, descontente com os caminhos políticos e com a retaliação cultural imposta pela censura, decidiu se exilar, por conta própria, na Itália. Sua música “A Banda” é sucesso naquele país na voz da cantora popular Mina. Mesmo assim, Chico lançou, sem muito sucesso, dois LPs. Em 1970 voltou ao Brasil, gravou outro LP e retomou em suas canções o protesto político. Em função disso foi cada vez mais vigiado pelos censores. Era uma fase absolutamente criativa, que culminou com um de seus discos mais conhecidos: “Construção”.Shows, discos e trilha sonora para cinema e teatro se sucediam com incrível constância. Compôs “Vai Trabalhar Vagabundo”, tema do filme homônimo de Hugo Carvana e “O Que Será” para “Dona Flor e seus Dois Maridos”, de Bruno Barreto. Traduziu, adaptou e fez a trilha do musical infantil “Os Saltimbancos” e compôs a trilha do filme de Renato Aragão “Os Saltimbancos Trapalhões”.Outros discos vieram: “Francisco”, “Paratodos” e “Uma palavra”. Depois disso, Chico Buarque permaneceu, mais uma vez, afastado dos palcos durante 5 anos. Em 1998, o lançamento de “As Cidades” tornou-se mais uma vez um marco em sua carreira, pelo fato de lançar, simultaneamente, uma turnê inédita de shows no Rio de Janeiro e em São Paulo.Em 1999 lançou o duplo “Chico ao Vivo”. Em 2001 o DVD “Chico e as Cidades” contou com a participação de Maria Bethânia, Oscar Niemeyer, Tostão, Jamelão, Velha Guarda da Mangueira, Jaime Alem, Fernando Calazans e Nelcy Gomes. No mesmo ano, Chico presenteou seu público com “Cambaio”. Mais um DVD foi lançado em 2003, com o sugestivo título de “Chico ou O País da Delicadeza Perdida”, com 28 composições importantes.Chico Buarque é referência obrigatória na música popular brasileira. Sua influência no cenário musical foi decisiva em tudo o que de significativo ocorreu desde os anos 60.Com 61 anos de idade, Chico está muito presente na memória do Brasil. Prova disso é o grande sucesso em 2005 com as vendas da compilação de DVDs sobre sua vida e carreira e da coleção “Chico Buarque Especial”.


*Compre já a tua coleção,oK?

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