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Abcdário Musical

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Echo and The Bunnymen


Biografia:Echo and The Bunnymen


Bem no meio da cena punk britânica, lá em 78, o Echo and the Bunnymem deu seus primeiros passos musical e em 15 de novembro deste mesmo ano a banda fazia a sua primeira apresentação ao vivo, no palco do Eric’s em Liverpool, onde tocaram por quinze minutos. Pouco depois, em maio do ano seguinte já lançavam o primeiro single com, Read it in Books. Daí para o primeiro show em Londres foi um pulo, abriram para o Joy Division e Teardrops Explode, neste show conheceram Pete de Freitas que viria a ser chamado para tocar com a banda quando assinaram com a WEA, que queria um baterista de verdade e não uma bateria eletrônica. O Echo é o nome da bateria eletronica que eles usavam.Crocodiles foi lançado em julho de 80 e saiu recheada de hits como Do it Clean e Rescue, no ano seguinte lançam Heaven up Here. Mantendo a tradição de um álbum por ano, no final de 82 chega Porcupine, considerado pela banda como um trabalho autobiográfico onde questionavam o sentido do grupo e saem por sua primeira turnê européia. Já em 84, com problemas com seu empresário que insistia em lançar novos singles sem autorização da banda, lançam o que foi considerado como melhor álbum já lançado pela banda, Ocean Rain, com a clássica Killing Moon que segundo Iam McCulloch é a mais perfeita música já feita.Em 87, mesmo sem ter lançado um disco novo desde Ocean Rain, apenas uma coletânea foi lançada com a inédita, Bring on the Dancing Horses, o Echo aporta no Brasil para shows em São Paulo e Rio de Janeiro. Aqui em Sampa a banda conseguiu lotar o Anhembi e mostrou que finalmente o Brasil entrava na rota de shows de varias bandas inglesas, como o Cure e Siouxie, que ainda não haviam caído em desgraça. Lança neste ano mais um trabalho, chamado de Echo and the Bunnymen, com os hits The Game e Lips Like Sugar, este disco foi considerado o mais fraco e mais pop do grupo, apenas como curiosidade o clipe de The Game foi gravado no Rio de Janeiro. Separam-se ainda no final de 87. Segundo alguns fãs, essa primeira separação foi motivada por não terem avisado ao Ian que seu pai tinha sofrido um ataque do coração, um pouco antes de uma das apresentações da banda para não atrapalhar a performance do vocalista. Quando soube disso Ian largou a banda.No final da década tudo levava a crer que os Bunnymen sumiriam totalmente, Ian tentava uma carreira solo que nunca decolou, as grandes bandas dos anos 80 estavam em franca decadência, mas o fato mais marcante que levava a todos a pensarem que o Echo tinha realmente morrido, foi o acidente trágico de Pete de Freitas que levou o baterista à morte. Apesar de tudo estar contra, a banda tenta se manter com um vocalista novo, Noel Burque e lançam o fraco Reverberation em 90. Esta foi a segunda “morte” da banda. Neste meio tempo, Ian e Will se juntam e criam o Electrafixion e lançam um disco, o Burned.Mais sete anos se passam até que a banda ressuscita e lança novo trabalho, novamente com Ian McCulloch a frente. Este disco passou quase despercebido da mídia, não chegando a tocar em lugar algum. Na verdade somente os fãs é que se empolgaram. Em 99 já sem o baixista Les Pattison, que deixou a banda no segundo dia de gravação por problemas familiares, lançam mais um trabalho, What Are You Going to Do With Your Life? esse com uma cara mais de disco solo de Ian do que dos Bunnymen. Afinal apenas ele e o guitarrista Will Sargeant estavam à frente do projeto. Neste mesmo ano, a banda se apresenta no Brasil pela segunda vez, fazendo bons shows por São Paulo, Rio, Curitiba e Porto Alegre.Outro hiato de dois anos e o Echo lança Flowers em 2001, considerado pela critica inglesa como um dos melhores discos da banda. E agora, no inicio de 2002 o Echo lança um álbum duplo ao vivo, Live in Liverpool.

RESUMO:

O Echo and The Bunnymen provavelmente veio à Terra com uma missão muito especial: realizar canções de um lirismo desconcertante. É o que podemos conferir nos cinco álbuns que a banda lançou entre 1978 e 1987 e o que se pôde conferir com o retorno da banda.

Ian Stephen McCulloch (Liverpool/05.05.1959 - vocais e guitarra), William (Will) Sergeant (Liverpool/12.04.1958 – guitarra), Leslie (Les) Thomas Pattinson (Liverpoll/18.04.1958 – baixo) começaram a tocar juntos em 1978, acompanhados de uma bateria eletrônica (batizada de Echo).

Em 1979, assinam com selo independente Zoo e lançam o primeiro single: "Pictures on my wall". Ainda em 1979, acertam novo contrato com o selo Korova e incorporam o baterista Pete de Freitas (Port of Spain/Trindade – 02.08.1961).

O álbum de estréia, "Crocodiles", lançado em 1980, alcançou o Top 20 britânico. Nele já aparece a urgência e a pretensão características da banda. A influência proclamada dos Doors é vislumbrada nas letras e também nos arranjos psicodélicos das guitarras, repaginados nas soturnas atmosferas do chamado pós-punk (em turnês, a banda costumava tocar "Soul Kitchen" no bis; além de ter regravado "People Are Strange" para a trilha sonora do filme "Garotos Perdidos" - sim, aquele).

O segundo, "Heaven Up Here", chegou ao Top 10, estabelecendo o Echo (ou the Bunnymen, como o próprio Ian McCulloch se refere), como uma das mais populares bandas do pós-punk britânico. Nele há "Do it Clean", "A promise" e "The puppet".

"Porcupine" coloca o Echo no segundo lugar na Inglaterra, com o hit "The Cutter", além de "The Back of Love" e "In Bluer Skies" ("I’m counting on your heavy heart / could it keep me from falling apart" – um dos refrões mais belos do pop britânico). Em 1984, sai o clássico "Ocean Rain", quarto lugar na parada, incluindo os clássicos "The Killing Moon" e "Seven Seas". O single seguinte, "Bring on the dancing horses", fica em 21º lugar. O clipe desta música foi feito por um fotógrafo estreante, Anton Corbjin, posteriormente conhecido por dirigir clipes do U2, Nirvana e Rollins Band.

Em fevereiro de 86, Pete deixa a banda temporariamente e é substituído por Blair Cunnigham (Pretenders), retornando depois em setembro de 86. É lançada a coletânea "Songs to learn and sing".

Em maio de 1987, o Echo se apresenta no Brasil (em São Paulo e no Rio de Janeiro). No Rio, gravam o clipe "The Game". Ian (esponja e chaminé de longa data) diz que só se lembrava de um bar que ficava à beira do mar, onde enxugava várias caipirinhas. A banda e a equipe de produção tomaram batida (não alcoólica) da polícia durante as filmagens, mas o clipe foi realizado, com cenas da praia carioca e do Cristo Redentor – e os quatro de sobretudo...

Após todo o auê do Rock in Rio e do I Hollywood Rock, era mais uma oportunidade de o público brasileiro assistir a uma banda no auge da carreira, após as passagens de Siouxie and the Banshees (dezembro de 86) e Cure (março de 87). Mais um passo para a inclusão do Brasil na agenda dos figurões do rock (com uma ajudinha circunstancial - mas decisiva - do Plano Cruzado)

Mas essas apresentações não foram significativas somente para o Brasil e para os sortudos que compareceram aos shows. Ian McCulloch afirma que o público brasileiro foi um dos três melhores para quem o Echo já tocou: "They called me Mr. Lips!".

No show, músicas do último álbum da banda, "Echo and The Bunnyman" (também conhecido por Grey Album), como "Lips like sugar" foram apresentadas. Ele conta com a participação de Ray Manzarek, tecladista do Doors, na faixa "Bedbugs and Ballyhoo". O disco ficou em 51º lugar nos EUA.

Insatisfeito com o excesso de drogas consumidas pelos companheiros de banda e com a deterioração das relações internas, Ian McCulloch sai da banda e parte para carreira solo, em agosto de 88.

Em 14.06.1989, o batera Pete de Freitas morre em um acidente de moto, com apenas 27 anos. Em outubro de 89 sai o primeiro álbum solo de McCulloch: "Candleland" (em memória a Pete), com a participação de Elizabeth Frazer, do Cocteau Twins, no backing vocal da faixa título. O disco marca uma carreira insipiente, que não esteve à altura das composições de McCulloch. Seu segundo álbum, "Mysterio", foi lançado em 92, sem repercussão. Não são ruins de tudo, pois contam com a bela voz de McCulloch.

Fracassado também foi o retorno do Echo, promovida por Sergeant em 1990, com Noel Burke nos vocais e Damon Reece na bateria, reunidos para compor o disco "Reverberation".

Uma esperança para os fãs inconsoláveis foi a união de Mr. Lips com Sergeant no projeto Electrafixion, em 1995. Com contrato assinado com a gravadora Electra (não é mera coincidência), lançaram um EP (somente na Europa, chamado "Zephyr") e um álbum, "Burned", despertando boatos sobre um possível retorno do Echo.

De fato, o tão esperado retorno concretiza-se em 1997. Oportunismo ou não, Ian afirma que olhando para a produção pop atual, e ouvindo as coisas de sua eterna banda, concluiu que eles ainda tinham algo a dizer – e que estaria acima da média. Crítico exigente da música pop, McCulloch tem razão para enxergar o chamado brit-pop com desalento.

Restava a dúvida: será que a volta dos contemporâneos Smiths superaria o sucesso pregresso? Ou será que eles voltariam pálidos, sofrendo não somente a concorrência das bandas novas e dos novos sons, mas também de outros retornos saudosistas?

Evergreen, "um respeitável sucessor de Ocean Rain", prova que o poeta não está morto. É certo que "Nothing lasts forever" (música, aliás, que conta com Liam Gallagher, do Oasis, no backing vocal), porém, tudo aquilo que tornou o Echo and the Bunnymen imbatível continua, com todo o peso da maturidade que se abateu sobre McCulloch e Sergeant.

"I was resistant to it for a long time. Then I just felt like all along there's this pair of trousers hanging on the shelf in the wardrobe that fits you just right ,that you wore years ago and you didn't realize they were evergreen trousers. That's why the album is called Evergreen. Once we started working on the album and listened to the old records again, I realized that it blows all of what's on radio away. It's all perfunctory crap to me. Oasis is great at what they do, though I maybe forgot how original we really were."

Não é à toa que a capa do Cd traz uma foto muito parecida com a capa do primeiro disco...

Mr Lips não somente ostenta uma das mais famosas bocas do rock, como principalmente permanece um excelente letrista, de composições simples mas repletas de jogos de palavras e um lirismo desconcertante, que às vezes podem não fazer sentido, mas não deixam de ser um deleite.

A voz reconhecidamente não é a mesma, pois não sustenta como antes as notas que alcançavam o céu e tornavam as interpretações mais cheias, optando agora por um tom suave. Ainda assim, somente ele para cantar de forma clássica e elegante o amor arrebatador - que leva à transcendência qualquer ser vivente, mas , ao mesmo tempo, encontra nas intempéries da realidade o seu pior inimigo. McCulloch declara que vem se dedicando a composições mais confessionais, deixando de lado as metáforas existencialistas , por vezes incompreensíveis.

Os arranjos de Sergeant, ao menos no estúdio (parece que ao vivo a mágica já não tem mais tanta força), continuam inspiradíssimos. Guitarras entremeadas de poesia e sutileza foram conduzidas pelo silencioso e fiel escudeiro dos velhos lábios de borracha.

"What are you going to do with your life?", lançado em 1999, rendeu três shows no Brasil, em setembro, (em Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro). O Cd não brilha tanto quanto o "Evergreen", pois a tônica é dada por canções muito calmas, beirando a monotonia - o que não retira a beleza das letras e dos arranjos. Mas nele podemos perceber que o núcleo principal da banda (McCulloch e Sergeant – Les Pattinson debandou no início desse ano para cuidar da mãe doente) ainda preserva o mesmo lirismo e a mesma sinceridade para continuar cantando a desilusão para os apaixonados e o amor para os desiludidos.
Após “What are you going to do with your life?”, a banda saiu da gravadora e passou por maus momentos. Acabaram por assinar contrato com o pequeno selo “Cooking Vinyl” e lançar o poderoso “Flowers”, considerado o melhor trabalho da banda desde sua volta, e assim recuperam o prestígio na Inglaterra. Aproveitando o bom momento, lançam o seu primeiro e aguardado disco ao vivo, “Live in Liverpool”, mesclando os antigos sucessos com músicas do “Flowers”.
Após esse disco, a banda dá uma pequena parada nas atividades e Ian McCulloch lança mais um trabalho solo, o elogiado “Slideling”.

Atualmente os Bunnymen preparam mais um disco, que provavelmente mais uma vez irá confirmar que, apesar do longo tempo de estrada e de contar com apenas dois membros originais, o Echo continua sendo, como sempre afirma Ian McCulloch, “a melhor banda da Inglaterra”.

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