No universo musical ela é uma das melhores cantoras do Brasil e do mundo! Com seu jeito único, ver e ouvir Elis, é como uma representação teatral, mas, com mais realismo...ela chorava, sorria!
Sentia e transmitia o que cantava, na minha humilde opnião, Elis foi a melhor cantora de todos os tempos.
Elis Regina Carvalho Costa (Porto Alegre, 17 de março de 1945 – São Paulo, 19 de janeiro de 1982) foi uma cantora brasileira. De morte trágica e prematura, deixou vasta e brilhante obra na música popular brasileira. Era carinhosamente chamada a Pimentinha. Considerada por muitos brasileiros uma das maiores cantoras da MPB.
Elis Regina nasceu na capital do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, onde começou a carreira como cantora aos onze anos de idade em um programa de rádio para crianças chamado O Clube do Guri, na Rádio Farroupilha, apresentado por Ari Rego. Revelando enorme precocidade, aos 16 anos lançou o primeiro LP da carreira.Sobre o começo da carreira de Elis e a disputa entre quem de fato a lançou, o produtor Walter Silva disse à Folha de S. Paulo:
"Poucas pessoas sabem quem realmente descobriu Elis. Foi um vendedor da gravadora Continental chamado Wilson Rodrigues Poso, que a ouviu cantando menina, aos quinze anos, em Porto Alegre. Ele sugeriu à Continental que a contratasse, e em 1962 saiu o disco dela. Levei Elis ao meu programa, fui o primeiro a tocar seu disco no rádio. Naquele dia eu disse:"Menina, você vai ser a maior cantora do Brasil. Está gravado."
Em 1960 foi contratada pela Rádio Gaúcha, e em 1961 viajou ao Rio de Janeiro, onde gravou o primeiro disco, Viva a Brotolândia. Lançou ainda mais três discos, enquanto morava em Rio Grande do Sul.
Em 1964, um ano com a agenda lotada de espetáculos no eixo Rio-São Paulo, assinou um contrato com a TV Rio para participar do programa Noites de Gala; é levada por Dom Um Romão para o Beco das Garrafas sob a direção da dupla Luís Carlos Miéle e Ronaldo Bôscoli,com os quais ainda realizaria diversas parcerias, e um casamento com Bôscoli em 1967.
(Foto: ELis, Fagner e Bôscoli)
Acompanhada agora pelo grupo Copa trio, de Dom Um, canta no Beco das Garrafas, o reduto onde nasceu a bossa nova, e conhece o coreógrafo americano Lennie Dale, que a ensinou a mexer o corpo para cantar, tirando aquele nado que ela tinha com os braços.
(Foto: Elis Regina e Jair Rodrigues)
Participa do espetáculo Fino da Bossa organizado pelo Centro Acadêmico da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo, que ficou conhecido também como Primeiro Denti-Samba, dirigido por Walter Silva, no Teatro Paramount, atual Teatro Abril (São Paulo).
Ao final do mesmo ano (1964) conhece o produtor Solano Ribeiro, idealizador e executor dos festivais de MPB da TV Record. Um ano glorioso, que ainda traria a proposta de apresentar o programa O Fino da Bossa, ao lado de Jair Rodrigues.
(Foto: Elis Regina e Jair Rodrigues)
O programa, gravado a partir dos espetáculos e dirigido por Walter Silva, ficou no ar até 1967 (TV Record, Canal 7, SP) e originou três discos de grande sucesso: um deles, Dois na Bossa, foi o primeiro disco brasileiro a vender um milhão de cópias. Seria dela agora o maior cachê do show business.
O estilo musical interpretado ao longo da carreira percorria assim o "fino da bossa nova", firmando-se como uma das maiores referências vocais deste gênero. Aos poucos, o estilo MPB, pautado por um hibridismo ainda mais urbano e 'popularesco' que a bossa nova, distanciando-se das raízes do jazz americano, seria mais um estilo explorado.
(Foto: Elis Regina e Adoniran Barbosa)
Já no samba consagrou Tiro ao Álvaro e Iracema(Adoniran Barbosa) , entre outros. Notabilizou-se pela uniformidade vocal, primazia técnica e uma afinação a toda prova. O registro vocal pode ser definido como de uma mezzo-soprano característico com um fundo levemente metálico e vagamente rouco.
(Foto: Elis Regina e Adoniran Barbosa)
Desde a década de 1960, quando surgiram os especiais do Festival de Música Popular Brasileira (TV Record), até o final da década de 1980, a televisão brasileira foi marcada pelo sucesso dos espetáculos transmitidos; apresentando os novos talentos, registravam índices recordes de audiência.
No Festival conheceu Chico Buarque , mas acabou desistindo de gravá-lo devido à impaciência com a timidez do compositor.
Elis participou do especial Mulher 80 (Rede Globo), um desses momentos marcantes da televisão; o programa exibiu uma série de entrevistas e musicais cujo tema era a mulher e a discussão do papel feminino na sociedade de então, abordando esta temática no contexto da música nacional e da inegável preponderância das vozes femininas, com Maria Bethânia, Fafá de Belém, Zezé Motta, Marina Lima, Simone, Rita Lee, Joanna, Elis Regina, Gal Costa e as participações especiais das atrizes Regina Duarte e Narjara Turetta, que protagonizaram o seriado Malu Mulher.
A antológica interpretação de Arrastão Edu Lobo e Vinícius de Moraes, no Festival, escreveu um novo capítulo na história da música brasileira, inaugurando a MPB e apresentando uma Elis ousada. Uma interpretação inesquecível, encenada pouco depois de completar apenas 20 anos de idade e coroada com o reconhecimento do Prêmio Berimbau de Ouro. O Troféu Roquette Pinto veio na sequência, elegendo-a a Melhor cantora do ano.
(Foto: Carmen Miranda)
Fã incondicional de Carmen Miranda , a quem prestou várias homenagens, Elis Regina impulsionava uma carreira não menos gloriosa, possibilitando o lançamento do primeiro LP individual, Samba eu canto assim (CBD, selo Philips). Pioneira, em 1966 lançou o selo Artistas, registrando o primeiro disco independente produzido no Brasil , intitulado Viva o Festival da Música Popular Brasileira, gravado durante o festival.
Mais uma vitoriosa participação no III Festival de Música Popular Brasileira (TV Record), a canção O cantador (Dori Caymmi e Nelson Motta), classificando-se para a finalíssima e reconhecida com o prêmio de Melhor Intérprete.
Em 1968, uma viagem à Europa a lança no eixo musical internacional, conquistando grande sucesso, principalmente no Olympia de Paris, onde se tornou a primeira artista a se apresentar duas vezes num mesmo ano, naquela que é a mais antiga sala de espetáculos musicais de Paris.
Foi Elis quem também lançou boa parte dos compositores até então desconhecidos, como Milton Nascimento, Renato Teixeira, Tim Maia, Gilberto Gil, João Bosco e Aldir Blanc, Sueli Costa, entre outros. Um dos grandes admiradores, Milton Nascimento, a elegeu musa inspiradora e a ela dedicou inúmeras composições.
Durante os anos 70, aprimorou constantemente a técnica e domínio vocal, registrando em discos de grande qualidade técnica parte do melhor da sua geração de músicos.
Patrocinado pela Philips na mostra Phono 73, com vários outros artistas, deparou-se com uma platéia fria e indiferente, distância quebrada com a calorosa apresentação de Caetano Veloso:" Respeitem a maior cantora desta terra". Em julho lançou Elis.
(Foto: Elis Regina e Caetano Veloso)
Em 1975, com o espetáculo Falso Brilhante, que mais tarde originou um disco homônimo, atinge enorme sucesso, ficando mais de um ano em cartaz e realizando quase 300 apresentações. Lendário, tornou-se um dos mais bem sucedidos espetáculos da história da música nacional e um marco definitivo da carreira. Ainda teve grande êxito com o espetáculo Transversal do Tempo, em 1978, de um clima extremamente político e tenso; o Essa Mulher em 1979, direção de Oswaldo Mendes, que estreou no Anhembi em São Paulo e excursionou pelo Brasil no lançamento do disco homônimo; o Saudades do Brasil, em 1980, sucesso de crítica e público pela originalidade, tanto nas canções quanto nos números com dançarinos amadores, direção de Ademar Guerra e coreografia de Márika Gidali (Ballet Stagium); e finalmente o último espetáculo, Trem Azul, em 1981, direção de Fernando Faro. Data desta época a frase: Neste país só duas cantam: Gal e eu.
Dentre os inúmeros sucessos consagrados, estão: Arrastão, Canção do sal, Redescobrir, Aprendendo a jogar, Casa no campo, Fascinação, Maria Maria, Romaria, Cartomante, Corcovado, Upa, neguinho!, O Bêbado e a Equilibrista, Aquarela do Brasil, Águas de março, Retrato em preto e branco, Alô, Alô Marciano, Chega de Saudade, Carolina, Dinorah Dinorah, Canção da América, Travessia, Saudosa maloca, Me Deixas Louca, Aviso aos Navegantes, Folhas Secas, Tiro ao Álvaro, Iracema, Aquele Abraço, Como Nossos Pais, Doente Morena, Ensaio Geral, Fechado pra Balanço, Ladeira da Preguiça, Louvação, No Dia em que Eu Vim Embora, Meio de Campo, O Compositor Me Disse, Gracias a la vida, Oriente, Rebento, Roda, Se Eu Quiser Falar com Deus, Viramundo, dentre muitos outros.
Elis Regina criticou muitas vezes a ditadura brasileira, nos difíceis Anos de chumbo, quando muitos músicos foram perseguidos e exilados. A crítica tornava-se pública em meio às declarações ou nas canções que interpretava. Em entrevista, no ano de 1969, teria afirmado que o Brasil era governado por gorilas(há ainda controvérsias em relação a essa declaração.
Existem arquivos dos próprios militares onde ela se justifica dizendo que isso foi criado por jornalistas sensacionalistas). A popularidade a manteve fora da prisão, mas foi obrigada pelas autoridades a cantar o Hino Nacional durante um espetáculo em um estádio, fato que despertou a ira da esquerda brasileira.
Sempre engajada politicamente, Elis participou de uma série de movimentos de renovação política e cultural brasileira, com voz ativa da campanha pela Anistia de exilados brasileiros.
O despertar de uma postura artística engajada e com excelente repercussão acompanharia toda a carreira, sendo enfatizada por interpretações consagradas de "O bêbado e a equilibrista"(João Bosco e Aldir Blanc), a qual vibrava como o hino da anistia.
A canção coroou a volta de personalidades brasileiras do exílio, a partir de 1979. Um deles, citado na canção, era o irmão do Henfil, o Betinho, importante sociólogo brasileiro.
Outra questão importante se refere ao direito dos músicos brasileiros, polêmica que Elis encabeçou, participando de muitas reuniões em Brasília. Além disso, foi presidente da Assim, Associação de Intérpretes e de Músicos.
Causando grande comoção nacional, faleceu aos 36 anos de idade em 19 de janeiro de 1982, devido a complicações decorrentes de uma overdose de cocaína, tranquilizantes e bebida alcoólica. Foi sepultada no Cemitério do Morumbi.
"Choram Marias e Clarices... Chora a nossa pátria mãe gentil. Em busca de um sol maior, Elis Regina embarcou num brilhante trem azul, deixando conosco a eternidade de seu canto pelas coisas e pela gente de nossa terra. E uma imensa saudade."
( Comentário jornalístico)
(Foto: Elis Regina e os filhos)
Elis é mãe de João Marcelo Bôscoli, filho do casamento com o músico Ronaldo Bôscoli, e de Pedro Camargo Mariano e Maria Rita, filhos do pianista César Camargo Mariano. Os três enveredaram pelo ramo da música, com carreiras muito bem sucedida. É impressionante o timbre de voz de Maria Rita em comparação á mãe, é inevitável fazer comparações,com o devido respeito.
II-Biografia Cronológica
(Foto:Elis quando criança e família)
1965
6 de abril: Recebe o prêmio Berimbau de Ouro por ter vencido o 1 Festival de Música Popular Brasileira, realizado pela TV Excelsior, com a música Arrastão, de Edu Lobo e Vinícius de Morais. 8 de abril: Estréia no Teatro Paramount, SP, o show Elis, Jair e Jongo Trio, produzido por Walter Silva. O show apresenta-se ainda nos dias 9 e 12 e é gravado ao vivo. O disco, "Dois na Bossa", faz um grande sucesso e Elis e Jair são contratados pela TV Record para fazer um programa semanal de música brasileira.
Frase de Elis na época: "Você sabe lá, o que é, com vinte anos, sair pra rua e ser reconhecida? Você fica louca, se achando Deus". 10 de abril: Recebe o prêmio Roquete Pinto como a melhor cantora de 1964, na TV Record. 19 de maio: Estréia na TV Record o programa semanal O Fino da Bossa, comandado por Elis, com a presença constante de Jair Rodrigues. Pelo programa passam os maiores nomes da música brasileira, dos mais antigos aos mais novos.
O Fino da Bossa passa a ser gravado às segundas-feiras no Teatro Record, SP, transmitido às quartas-feiras para São Paulo e nos outros dias da semana para o resto do país. Direção: Manoel Carlos, Raul Duarte, Tuta Machado de Carvalho e Nilton Travesso. É lançado o disco "Samba eu canto assim", primeiro LP individual de Elis para a Companhia Brasileira de Discos, CBD, selo Philips. 22 de agosto: Estréia na TV Record o programa semanal Jovem Guarda, sob o comando de Roberto Carlos, transmitido aos domingos.
(Foto: Elis e Jair Rodrigues)
1966
Janeiro: Elis vai para a Europa e fica até o início de março. Faz shows em Lisboa e Luanda com Jair Rodrigues e o Zimbo Trio. 10, 11 e 12 de março: Apresenta-se com o Zimbo Trio no Jardim de Inverno Fasano, SP. Lança o disco "Elis", o segundo pela CBD-Philips, onde grava Canção do sal, de Milton Nascimento. E a primeira vez que uma música de Milton é gravada. Setembro: Participa do II Festival de Música Popular Brasileira, promovido pela TV Record, cantando Ensaio geral, Gil, e Jogo de roda, de Edu Lobo e Ruy Guerra Só Ensaio geral chega à classificação final, ficando em quinto lugar, e Elis é muito vaiada.
(Foto: Edu Lobo)
Vencedores do festival: Chico Buarque com A banda, cantada por ele e Nara Leão, Lido Vandré e Théo de Barros com Disparada, cantada por Jair Rodrigues. Durante o festival é gravado o primeiro disco independente feito no Brasil "Viva o Festival da Música Popular Brasileira" -, lançado pelo selo Artistas e fabricado pela Rozenblit. Elis participa com Ensaio Geral e Jogo de roda. Outubro: Canta Canto triste, de Edu Lobo e Vinícius de Morais, na fase nacional do I Festival Internacional da Canção, promovido pela TV Globo, acompanhada por uma orquestra de cordas e por Edu Lobo ao violão. Vence Saveiros, de Dori Caymmi e Nelson Motta, cantada por Nana Caymmi, música que Elis viria a gravar no mesmo compacto Canto triste. Elis e Edu são vaiados quando a música é classificada para a finalíssima da fase nacional. Dezembro: Elis e Baden Powell fazem show na boate ZumZum, RJ.
1967
Junho: No dia 19, a TV Record resolve tirar o Fino do ar. Depois de perder pontos no Ibope, o programa passa a ser dirigido por Mieli e Bôscoli: é o Fino 67. Mesmo assim, o programa não se recupera, e a direção da Record resolve engloba-lo em uma série chamada Frente Única - Noite da MPB, gravada às segundas-feiras no Teatro Paramount, SP, produzida por Solano Ribeiro. A cada segunda, apresentadores diferentes: Geraldo Vandré, Chico e Nara, Gilberto Gil, Elis e Jair.
(Foto: Chico Buarque e Jair Rodrigues)
03 de julho: Estréia a série Frente Única - Noite da MPB. Primeiro programa: Elis, sob a direção de Mieli e Bôscoli. A série dura nove programas, três deles apresentados por Elis. Nessa ocasião Elis participa, ao lado de Gilberto Gil e Edu Lobo, de uma passeata em defesa das raízes da MPB, contra a invasão da música estrangeira. A manifestação passa para a história, como a "passeata contra as guitarras". Outubro: Elis se apresenta no III Festival de Música Popular Brasileira, TV Record, conhecido como "o festival da virada". Nasce a Tropicália: Gilberto Gil e Os Mutantes cantam Domingo no Parque, que ganha o segundo lugar, Caetano Veloso, com o conjunto argentino Beat Boys, canta Alegria, alegria, e fica com a quarta classificação.
Elis defende O cantador, de Dori Caymmi e Nelson Motta. A música é classificada para a finalíssima, mas só leva um prêmio: o de melhor intérprete, para Elis. O festival é vencido por Ponteio, de Edu Lobo e Capinam. Chico Buarque fica em terceiro lugar com Roda-viva. Lançamento de compacto. De um lado, Tristeza que se foi, de Adílson Godoy, e de outro, Upa, neguinho, de Edu Lobo e Gianfrancesco Guarnieri, um dos maiores sucessos da carreira de Elis.
(Foto: Jair Rodrigues)
Outubro e novembro: II Festival Internacional da Canção, promovido pela Tv Globo. Na parte nacional vence a música Margarida, de Guttemberg Guarabyra. O segundo lugar vai para Milton Nascimento e sua Travessia, e o terceiro para Carolina, de Chico Buarque. Elis não participa desse festival, mas lança um compacto com Travessia de um lado e Manifesto, de Guto e Mariozinho Rocha, do outro. Dezembro: dia 5: Elis Regina casa-se, no civil, com Ronaldo Bôscoli.
(Foto: Elis Regina, Fagner e Ronaldo Bôscoli)
Ela tem vinte e dois anos, e ele, trinta e oito. dia 7: Cerimônia religiosa do casamento na Capelinha Mairink:, Floresta da Tijuca, RJ, onde mal cabe o véu de dez metros da noiva. Frase de Ronaldo na época: "Não sou rico, mas estou bem. Ela ganha quinze milhões (velhos) por mês e eu, dois e meio. O trivial da casa será mantido por mim. O luxo, por ela". O casal passa a morar na Avenida Niemeyer, São Conrado, RJ.
1968
Janeiro: Elis vai para a Europa representar o Brasil no II Mercado Internacional do Disco e da Edição Musical (MIDEM), em Cannes, França. Canta no show de abertura festival. Delirantemente aplaudida pela platéia de duas mil pessoas, Elis volta ao palco para bisar Upa, neguinho. apresentações nas Tvs inglesa, holandesa, belga, suíça e sueca. janeiro: Vai ao ar pela última vez o programa Jovem Guarda. 29 de janeiro: Estréia, na TV Record, o programa mensal Especial, dirigido por Mieli e Bôscoli, gravado no Teatro Paramount, SP. 6 de março: Elis estréia no Olympia de Paris. Canta oito números, acompanhada pelo Bossa Jazz Trio. Entre as músicas Samba da bênção, de Baden Powell e Vinícius de Morais cantada em francês, versão de Pierre Barouh. Volta ao palco por seis vezes no final do show. 2 de abril: Elis volta ao Brasil. 7 de abril: A TV Record dedica o seu Show do Dia 7 a Elis.
Três horas e meia de programa, onde se conta a vida dela. É homenageada com as presenças dos pais, da avó, do irmão Rogério, de Francis Hime, Chico Buarque e MPB-4, Marcos Valle, Théo de Barros, Edu Lobo, Vinícius de Morais, Baden Powell, Isaura Garcia, Sílvio César, Agnaldo Rayol, Ronald Golias, Chico Anísio, Wanderléa, Erasmo Carlos, Ronnie Von, Nelson Motta, Dori Caymmi, Márcia, Hebe Camargo, Wilson Simonal, Mieli e Ronaldo Bôscoli. Maio: Elis substitui, às pressas, Cynara e Cybele num show elas faziam com Baden Powell. Elis canta sem ensaiar. Além disso, apresenta-se com Jair Rodrigues e o Bossa Jazz no Teatro Ópera, em Buenos Aires. 11 de maio: Começa a I Bienal do Samba, promovida pela TV Record.
(Foto: Elis Regina e Jair Rodrigues)
Elis participa e vence com Lapinha, de Baden Powell e Paulo César Pinheiro. 30 de maio: Vai ao ar pela TV Record o segundo programa Elis Especial, gravado no Teatro Paramount, SP, dirigido por Mieli e Bôscoli. 27 de junho: Terceiro programa Elis Especial gravado no Teatro Paramount, SP, dirigido por Mieli e Bôscoli. Agosto: Elis faz uma temporada de um mês na boate Sucata, de Ricardo Amaral, no Rio. Seiscentas pessoas assistem à estréia do show, dirigido por Mieli e Bôscoli. Outubro: Elis integra o júri internacional do III Festival Internacional da Canção, promovido pela TV Globo. (Foto: Chico Buarque e MPB 4)
Vence Sabiá, de Tom Jobim e Chico Buarque, vaiada pela platéia, que prefere Caminhando ("Pra não dizer que não falei de flores"), de Geraldo Vandré. Um festival muito acidentado na parte nacional: Gil e Caetano são desclassificados na eliminatória realizada no Tuca, em São Paulo. Gil com Questão de ordem e Caetano com É proibido proibir. Caetano faz no palco um inflamado e belo discurso, perguntando a platéia que o vaiava sem parar: "Esta é a juventude que diz que vai tomar o poder? (. . .) Se vocês forem em política como são em estética, estamos feitos".
(Foto: Caetano Veloso)
03 de outubro: Em entrevista ao Jornal da Tarde, Elis fuzila o Tropicalismo: "Eu só digo uma coisa: vai bem quem faz coisa séria. Quem quer fazer galhofa, piada com o público, que se cuide. Tropicália é um movimento profissional e promocional, principalmente. De artístico mesmo não tem nada, nada, nada". E lançado O LP "Elis Especial", pela CBD-Philips. Do repertório, Corrida de jangada, de Edu Lobo e Capinam, faz sucesso. A TV Record promove o IV Festival de Música Popular Brasileira. Elis não participa.
O júri é dividido em dois: o erudito e o popular. Pelo júri erudito vence São São Paulo, meu amor, de Tomzé; pelo popular, Bem-vinda, de Chinco Buarque. Divino maravilhoso, de Caetano e Gil, cantada por Gal Costa, fica em terceiro lugar no júri erudito e não se classifica no popular. Memórias de Marta Saré, de Edu Lobo e Gianfrancesco Guarnieri, é a única a conseguir um consenso entre os dois: fica em segundo lugar. 23 de outubro: Elis inicia nova temporada no Olympia. Para essa apresentação, leva os músicos Erlon Chaves, Roberto Menescal e Antônio Adolfo. A temporada estende-se até o dia 11 de novembro. A revista Fatos e Fotos de 14/11168 registra: "E a primeira vez que um artista consegue se apresentar duas vezes no mesmo ano no Olympia. Na estréia, Elis veste um Saint-Laurent preto, longo, e recebe oito cortinas.. Entre muitos telegramas, exibe um: 'Mil cortinas pra você Beijos. Ronaldo'" Na França, Elis grava um compacto duplo com a participação de Pierre Barouh na música Noite dos mascarados, de Chinco Buarque, cantada em francês. Arranjos de Eumir Deodato. Apresenta-se, também, no Cassino Estoril, em Lisboa, Portugal. 28 de novembro: A TV Record apresenta o especial Elis em Paris, gravado durante a temporada no Olympia.
1969
Janeiro: Elis apresenta-se, mais uma vez, no Mercado Internacional do Disco e da Edição Musical (MIDEM), em Cannes, França. Canta Corrida de jangada, de Edu Lobo e Capinam, Memórias de Marta Saré, de Edu Lobo e Gianfrancesco Guarnieri, e Casa-forte, de Edu, com a participação dele. Faz programas nas Tvs francesa, inglesa, suíça, sueca, belga e holandesa. 20 de fevereiro: Elis volta ao Brasil. 18 de março: Estréia, na TV Record, a série de programas Elis Studio, gravada sem a presença do público, dirigida por Mieli e Bôscoli. A cada programa, um tema e um convidado especial. Um deles: Roberto Carlos. 5 de abril: Na quadra da Estação Primeira de Mangueira, a escola desfila para Elis e lhe concede o título de "Cidadã da Mangueira".
Maio: Elis sai da TV Record. 4 de maio: Vai para Londres, onde, nos dias 6 e 8, grava um LP com o maestro inglês Peter Knight. Volta ao Brasil no dia 13. Junho: Vai para a Suécia e grava um LP com o gaitista Toots Thielemans. Os dois discos são lançados na Europa, e só anos mais tarde, no Brasil. Lança, no Brasil, O LP "Elis, como e porquê". No repertório. O sonho, de Egberto Gismonti, e Casa-forte, de Edu Lobo. 1." de julho: Estréia no Rio de Janeiro o show Elis com Mieli & Bôscoli, no Teatro da Praia, que ela arrenda. Banda: Roberto Menescal (guitarra), Wilson das Neves (bateria), José Roberto (contrabaixo, Hermes (percussão) e Jurandir (piano). Agosto: Em entrevista a Clarice Lispector, Elis afirma: 'o palco está tão ligado à minha maneira de ser, à minha evolução, aos meus traumas, que eu acho que me separar do palco é a mesma coisa que castrar um garanhão" Elis lança, com Pelé, um compacto com duas composições dele: Vexamão e Perdão não tem. 2 de novembro: O show Elis com Mieli & Bôscoli estréia em São Paulo, no Teatro Maria Della Costa. Elis está grávida. No 5º e último Festival de Música Popular Brasileira, TV Record, é proibido o uso da guitarra elétrica. Elis não participa. Vence Paulinho da Viola com Sinal fechado. Gilberto Gil, Caetano Veloso, Chico Buarque e Edu Lobo saem do Brasil. Caetano e Gil para Londres, Chico para Roma, e Edu Lobo para Los Angeles.
1970
2 de abril: Entrando no sétimo mês de gravidez, Elis estréia no Canecão, RJ, um show dirigido por Mieli e Bôscoli. Acompanham Elis uma banda e uma orquestra. Direção musical de Erlon Chaves. Elis canta uma música de Caetano Veloso (Não tenha medo) e outra de Gilberto Gil (Fechado pra balanço), feitas especialmente para ela e mandadas de Londres, e também As curvas da estrada de Santos, de Roberto e Erasmo Carlos. Nesse show Elis revela Tim Maia, cantor e compositor que já havia trabalhado com Roberto e Erasmo Carlos no início de suas carreiras e que voltava dos Estados Unidos depois de morar lá por alguns anos.
Nessa mesma ocasião, Elis lança O LP ". . . Em Pleno Verão", pela CBD-Philips. No repertório, Vou deitar e rolar ("Quaquaraquaquá", de Baden Powell e Paulo César Pinheiro, e, com a participação de Tim Maia, These are the songs, do próprio Tim. Vou deitar e rolar faz sucesso. 17 de junho: Aos vinte e cinco anos, Elis dá à luz um menino, João Marcelo, na Casa de Saúde São José, RJ. João Marcelo nasce forte, mas nos primeiros meses de vida tem muitos problemas por ser alérgico a leite de vaca, chegando a ficar hospitalizado. Sem leite para amamentá-lo, Elis vai à televisão e pede amas-de-leite para o filho.
20 de novembro: Elis estréia, para uma curta temporada, na enorme casa de shows Di Mônaco, SP. Nome do show: Com a cuca fundida. Lança um compacto duplo pela CBD-Philips, cuja primeira música é de dois compositores novatos: Madalena, de Ivan Lins e Ronaldo Monteiro de Souza. A gravação faz um grande sucesso. Nesse ano a TV Globo promove o V Festival Internacional da Canção, do qual Elis não participa. Vence a música BR-3, de Antônio Adolfo e Tibério Gaspar, cantada por Tony Tornado. Ivan Lins fica em segundo lugar com a música O amor é meu pais, dele e de Ronaldo Monteiro de Souza. Em terceiro lugar, Encouraçado, de Sueli Costa e Tite de Lemos, e em quarto, Um abraço terno em você, viu mãe? com Gonzaguinha.
1971
Janeiro: Elis assina contrato com a TV Globo e passa a participar do programa Som Livre Exportação dividindo seu comando com Ivan Lins. No dia 6, o programa é gravado em São Paulo, no Palácio de Exposições do Anhembi. Cinco horas de show para uma platéia de quase cem mil pessoas. Abril: Lança, pela CBD-Philips, o LP "Ela", onde, além de Madalena, já sucesso, grava Roberto e Erasmo Carlos, Lennon e McCartney, Caetano, e Black is beautiful, de Marcos e Paulo Sérgio Valle. Junho: Estréia, pela TV Globo, o programa mensal Elis Especial, dirigido por Mieli e Bôscoli. Outubro: Elis aceita presidir o júri do VI Festival Internacional da Canção, promovido pela TV Globo. (Foto: Chico Buarque)
Correm boatos de que artistas como Chico Buarque (já de volta ao Brasil), Tom Jobim, Edu Lobo e Paulinho da Viola aproveitariam a transmissão ao vivo para protestar contra a censura. As autoridades tomam providências e eles acabam se retirando do certame. Vence a música Kirié de Edmundo Souto e Paulinho Tapajós. Sai o disco intitulado "Top Star Festival", gravado por encomenda da ONU em solidariedade aos refugiados de todo o mundo. Elis é a única convidada brasileira a participar, com Madalena.
1972
1º de março: Estréia no Teatro da Praia, RJ, o show É Elis direção de Mieli e Bôscoli. Banda: César Camargo Mariano (piano), Luisão (contrabaixo), Luís Cláudio (guitarra), Ronaldo (tumbadora) e Paulinho Braga (bateria). Nesse show Elis lança algumas músicas de compositores novos: Sueli Costa, Vitor Martins, Fagner e João Bosco e Aldir Blanc. 11 de maio: Depois de várias separações e reconciliações, Elis e Ronaldo Bôscoli se desquitam. O juiz determina que Elis nada tem a receber de Ronaldo. Este teria que dar uma pensão de três salários mínimos para João Marcelo, que fica sob a guarda da mãe.
Junho: Sai do ar o programa Elis Especial, depois de quase um ano em cartaz. Elis rescinde seu contrato com a TV Globo, alegando falta de condições para trabalhar com o ex-marido. Setembro: Elis canta nas Olimpíadas do Exército, no ano do Sesquicentenário da Independência. Outubro: Elis estréia no Mônaco Music Hall, SP, com César Mariano e uma banda de onze músicos. "Elis", pela CBD-Phonogram/Philips. Músicas marcantes: Águas de março, de Tom Jobim, Atrás da porta, de Francis Hime e Chinco Buarque, Nada será como antes e Cais ambas de Milton Nascimento e Ronaldo Bastos. Arranjos e teclados: César Camargo Mariano. A música Diálogo de Baden Powell e Paulo César Pinheiro, vence o Festival Internacional da Canção, promovido pela TV Globo, já completamente esvaziado pela ausência de outros grandes nomes da música brasileira. Em segundo lugar, Fio Maravilha, de Jorge Ben. 12 o sétimo e último FIC.
1973
12 e 13 de maio: A Philips promove, no Palácio de convenções do Anhembi, SP, a Phono 73, uma série de shows com seus contratados. Entre eles, Elis, Gal, Bethânia, Gil, Caetano, Chinco, Fagner, Nata Leão. Os shows são gravados para posterior lançamento em discos. Cada artista se apresenta sozinho e, antes de sair, canta um número com artista seguinte. Elis é recebida com frieza pela platéia. Alguém do público grita um gracejo pesado para ela. Caetano Veloso, na platéia, levanta-se e grita:"Respeitem a maior cantora desta terra".
(Foto: Elis Regina e Caetano Veloso)
Ela canta Cabaré de João Bosco e Aldir Blanc, É com esse que eu vou de Pedro Caetano, Ladeira da preguiça de e com Gilberto Gil. A apresentação de Elis é no dia 11, sexta-feira, justamente o dia em são desligados os microfones de Gilberto Gil e Chico Buarque, quando eles tentam cantar Cálice a primeira parceria dos dois, durante algum tempo proibida pela censura. Julho: Lançamento do disco - outra vez "Elis" -, que estava sendo gravado desde março.
(Foto: João Bosco)
O LP vem com dez músicas: quatro de Gil, quatro de João Bosco e Aldir Blanc, Folhas secas, de Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito, e É com esse que eu vou de Pedro Caetano. 10 de agosto: Em um ônibus Mercedes-Benz, Elis parte do Lord Hotel de São Paulo para uma excursão de trinta e seis dias pelos Estados de São Paulo, Santa Catarina e Paraná, pelo chamado "Circuito Universitário".
(Foto: Aldir Blanc)
Banda: César Mariano (teclados), Paulinho Braga. (bateria), Luisão (baixo), Chinco Batera (percussão), Olmir Stocker (guitarra), Rogério Costa (som) e mais iluminador, bilheteira, administrador, contra-regra, um representante de Marcos Lázaro e o motorista. "Esse circuito, de universitário só tem o nome. Foram poucos os estudantes que vi. A gente, por saber que vai ao encontro dos universitários, prepara um trabalho sério, consciente, de acordo com a idéia do que é proposto. E, no fim, tem que enfrentar uma massa descaracterizada, reunida em ginásios e cinemas, quando na verdade isso deveria ser feito no próprio campus" (Elis, para a jornalista Pink Wainer). Depois dessa excursão, Elis rompe com o empresário Marcos Lázaro.
1974
Fevereiro.. Para comemorar seus dez anos de carreira, Elis vai para Los Angeles gravar um disco com Tom Jobim. Com Elis vão César Mariano (teclados), Hélio Delmiro (guitarra e violão), Luisão (baixo), Paulinho Braga (bateria). Lá, junta-se ao conjunto o compositor, arranjador e violonista Oscar Castro Neves, além de uma orquestra de cordas regida pelo maestro Bili Hitchcock. Tom Jobim participa do disco fazendo arranjos, tocando piano e violão e cantando em algumas faixas. César Mariano também participa com arranjos e piano. O disco é gravado nos estúdios da MGM em Los Angeles, entre os dias 22 de fevereiro e 9 de março. Antes de encontrar-se com Tom, Elis declara: "Tom me assusta um pouco. Mas é importante demais conviver com esse monstro sagrado da nossa música, e a responsabilidade de gravar a seu lado balança um pouco qualquer pessoa". Depois de encontrar-se com ele: "Foi maravilhoso, e Tom é divino. Nunca vi pessoa mais simples e encantadora" (Folha de 5. Paulo, 17/4/74).
(Foto: Tom Jobim)
Elis e César Mariano mudam-se para São Paulo e passam a morar na Rua Califórnia, no bairro do Brooklin. 2 de maio: Estréia no Teatro Maria DeIla Costa, SP, o recital Elis, com direção musical de César Mariano. Banda: Luisão (baixo), Hélio Delmiro (guitarra e violão), Paulinho Braga (bateria), Chico Batera (percussão), além do próprio César (piano), mais a participação de cinco músicos do naipe de cordas da Orquestra Sinfônica Jovem de São Paulo. No programa do show, Elis escreve: "Já não é tão simples reunir a intenção pura ao ato de cantar. Já não é tão fácil mostrar novas músicas, quando existem dificuldades para encontrá-las. A voz e o modo mudam tudo". Julho: Elis participa do show de inauguração do Teatro Bandeirantes, SP, ao lado de Chico Buarque, Maria Betânia, Tim Maia e Rita Lee.
Canta Conversando no bar, de Milton Nascimento e Fernando Brant, Travessia, de Milton, O mestre-sala dos mares) de João Bosco e Aldir Blanc, Só tinha de ser com você, de Tom Jobim e Aloysio de Oliveira, Triste, de Tom Jobim, e Pois é' de Jobim e Chico Buarque, esta com a participação de Chico. Logo após o show Elis parte para mais um Circuito Universitário. Desta vez o organizador é Roberto de Oliveira, e as apresentações são em Porto Alegre, Caxias do Sul, Curitiba, interior do Paraná e interior de São Paulo. lançado o disco gravado com Tom Jobim em Los Angeles. 3 e 4 de outubro: Elis e Tom se apresentam no Teatro Bandeirantes, SP, em show dividido em três partes: a primeira por conta de Elis, a segunda com Tom, e, na terceira, cantam juntos. Acompanhamento do Quinteto de César Mariano e de orquestra dirigida pelo maestro Leo Peracci. Arranjos de César Mariano, Tom Jobim e do maestro Peracci. Há nove anos Tom não se apresentava em São Paulo, desde o show O remédio é bossa, produzido por Walter Silva no Teatro Paramount em 1965. Novembro: Sai o disco anual pela CBD-Phonogram/Philips, "Elis". Destaques: Dois pra lá, dois pra cá, de João Bosco e Aldir Blanc, e Conversando no bar, de Milton Nascimento e Fernando Brant. 20 a 23 de novembro: Elis faz recitais no Teatro da Universidade Católica, Tuca, SP. Banda: César Mariano (teclados), Natan Marques (guitarra e violão), Luisão (baixo), Francisco José de Souza (percussão) e Antônio Pinheiro Filho (bateria).
1975
No início do ano é criada a Trama, empresa de Elis e mais três sócios entre eles o mano Rogério e o marido César - que passaria a produzir espetáculos musicais. O primeiro espetáculo produzido é Te pego pela palavra, com Marlene. 18 de abril: Nasce Pedro, na maternidade do Hospital São Luís, SP Segundo filho de Elis, primeiro com César Mariano. Elis: "Agora tenho dois primogênitos em casa". Setembro: Elis, César, Natan (guitarra), Crispim (guitarra e teclados), Wilson (baixo) e Nenê (bateria) começam a ensaiar o show Falso brilhante. Elis e os músicos querem fazer algo mais do que cantar e tocar. Para isso, fazem aulas de expressão corporal com José Carlos Viola, laboratórios com o psiquiatra Roberto Freire e exercícios de sensibilização teatral com Minam Muniz, a diretora do espetáculo. Contam ainda com a participação de dois atores: Lígia de Paula e Janjão. Cenários: Naum Alves de Souza. Figurinos: Lu Martin. Direção musical: César Mariano. Produção: Trama. A um mês da estréia, o grupo Passa a ensaiar num porão da prefeitura, ao lado de um banheiro público, debaixo do Viaduto do Chá, em pleno centro de São Paulo. 17 de dezembro: Falso brilhante estréia no Teatro Bandeirantes, SP. Um sucesso estrondoso do início ao fim da temporada de catorze meses. Uma média de mil e quinhentas pessoas por dia. O espetáculo nunca viajou.
1976
Fevereiro: Minam Muniz e Naum Alves de Souza, diretora e cenógrafo de Falso brilhante, reclamam junto à Trama, produtora do espetáculo, o pagamento para cada um de cinco por cento da renda bruta do show. A SBAT Sociedade Brasileira de Autores Teatrais - consegue, então, o seqüestro de 16,66% da renda bruta do espetáculo, que ficaria depositado na Caixa Econômica Estadual até que as partes chegassem a um acordo. O caso é entregue à justiça. Elis, César, Raul Cortez e Ruth Escobar vão a Brasília e conseguem a liberação da peça Mockinpott, de Peter Weiss, cuja montagem - d0 Teatro de Arena de Porto Alegre - é proibida horas antes da estréia. Elis doa a renda de uma noite do show Falso brilhante para ajudar o grupo a pagar os prejuízos causados pelo adiamento da estréia. Sai o disco Falso Brilhante, com parte do repertório do show, gravado em estúdio.
(Foto: Belchior)
Destaques: duas músicas de Belchior - Como nossos pais e Velha roupa colorida e Fascinação, grande sucesso de Carlos Galhardo, em versão de Armando Louzada. 15 de março: Premiação dos melhores do ano pela Associação Paulista dos Críticos de Arte. Falso brilhante ganha o prêmio de melhor show. 24 de março: A Trama, produtora de Falso brilhante, vence na justiça a ação reclamatória de direitos autorais interposta por Minam Muniz e Naum Alves de Souza. 21 de maio: Falso brilhante comemora, com uma grande festa, cem apresentações no Teatro Bandeirantes, SP. Setembro: Elis financia o segundo número do jornal Nós Mulheres, publicado pela Associação de Mulheres, SP.
20 de outubro: Falso brilhante completa duzentas representações e bate um recorde no show business brasileiro: desde a estréia, em 17/12/75, até esse dia, foi visto por 194 993 pessoas. Ainda ficaria mais quatro meses em cartaz. 23 de outubro: A TV Bandeirantes leva ao ar o programa Elis Especial, produzido pela Clack e dirigido por Roberto de Oliveira. Dezembro: Elis, César e os dois filhos mudam-se do Brooklin para uma casa na serra da Cantareira, SP. ". . . Fundamental mesmo foi eu ter me admitido como um ser rural. Não só porque tenha sido uma vez rural. Não é isso. Rural porque o meu inconsciente coletivo é do campo: minha avó era pastora de ovelhas, e meu avô, plantador de uvas. Mamãe é a síntese disso, papai veio dos índios que foram enxotados da serra dos Patos, e eu e meu irmão passamos a infância catando cocô de vaca para que eles misturassem e fizessem plantações no quintal. Cidade não é mesmo comigo. Asfalto e óleo diesel são com o César. Ele, sim, gosta da fumaça de um onibuzinho poluído. No dia em que entendi que eu fugia de volta para o meu elemento principal, o campo, resolvi assumir tudo. E tive chance, pois logo pintou um terreno na Cantareira, a quarenta minutos de São Paulo. Fomos. No principio foi difícil, porque o César custou mais a se adaptar. Afinal, ele é da Praça da Sé. Mas tudo bem. Hoje, ele de vez em quando dá uma voltinha na cidade, toma fôlego na poluição geral e fica numa boa. (. . .)" (para a revista Amiga de 28/5/80).
1977
6 de janeiro: Volta ao cartaz Falso brilhante, que tinha parado no dia 18 de dezembro para um descanso da companhia. Como novidade, a inclusão de Marcha da Quarta-Feira de Cinzas, de Carlos Lyra e Vinícius de Morais. 18 de fevereiro: Falso brilhante encerra sua temporada depois de catorze meses em cartaz, duzentas e cinqüenta e sete apresentações, e de ter sido visto por duzentas e oitenta mil pessoas, que lhe renderam uma bilheteria total de oito bilhões de cruzeiros para um gasto inicial de quinhentos e sessenta milhões (dados do jornal Última Hora, SP, 18/2/77). Elis está grávida de seu terceiro filho. 10 de março: César Mariano e seu grupo estréiam no Teatro Bandeirantes, SP, o show São Paulo-Brasil, com roteiro e direção de Oswaldo Mendes e assistência de direção de Elis.
O show, composto de quatro movimentos ("Chegada e reconhecimento", "Construção da cidade", "Peso da cidade" e "Cidade assumida"), tem textos de Oswaldo Mendes. No grupo de César: Natan Marques (guitarra e violão), Crispim del Cistia (guitarra e teclados), Wilson (contrabaixo) e Dudu Portes (bateria). O repertório do show é lançado em disco pela RCA-Victor. Maio.' A Rádio Jovem Pan de São Paulo passa a promover uma série de shows intitulada O Fino da Música, cuja preocupação é divulgar a música brasileira de bom nível. O primeiro show é dedicado ao choro e reúne o Regional de Canhoto; o segundo apresenta Elizeth Cardoso, Paulo Moura e Severino Araújo & Orquestra Tabajara. 25 de. julho: Grávida de sete meses, Elis apresenta-se no Fino da Música número 3, para uma platéia de mais de três mil e quinhentas pessoas, no Palácio de Convenções do Anhembi, SP. Banda: César Mariano & Grupo, mais Hélio Delmiro (guitarra) e Luisão (baixo) como convidados especiais.
(Foto: Fernando Brant)
Participam do show Renato Teixeira (Romaria é lançada nesse dia), Ivan Lins e Cláudio Lucci, um compositor ainda desconhecido, de quem Elis acabara de gravar Colagem e Vecchio novo. Agosto: Lançamento do LP "Elis" pela Phonogram/Philips. O disco conta com as participações de Milton Nascimento, Ivan Lins e Renato Teixeira. Destaques: Caxangá, de Milton e Fernando Brant, e Romaria, de Renato Teixeira.
(Foto: Milton Nacimento)
16 de agosto. Elis grava sua participação no programa especial de Milton Nascimento, apresentado pela TV Bandeirantes no dia 21 de setembro. Direção de Roberto de Oliveira. Às vésperas de dar à luz, Elis canta com Milton a música Caxangá, dele e de Fernando Brant.
09 de setembro: Nasce Maria Rita, na maternidade do Hospital São Luís, SP Terceiro filho de Elis, segundo de seu casamento com César Mariano "Eu tive uma alegria maior tendo uma filha, porque, de uma certa forma, tinha muito homem no meu pedaço. Eu acho que a Maria Rita vai ter uma vantagem, porque eu já fui pra vida. A minha mãe nunca saiu de dentro de casa" (entrevista à TV Globo, 1979).
(Foto: Maria Rita)
17 de novembro: Estréia nacional do show Transversal do tempo, no Teatro Leopoldina, em Porto Alegre. Roteiro e direção de Aldir Blanc e Maurício Tapajós. Direção musical de César Mariano. Banda: César (teclados), Natan Marques (guitarra e violão), Crispim del Cistia (guitarra e teclados), Fernando Cisão (baixo), Dudu Portes (bateria). O show fica em Porto Alegre até 6 de dezembro.
(Foto: Elis Regina e Ivan Lins)
1978
9 de janeiro: Reunião no Teatro Ruth Escobar, SP. Participam: Elis, Ivan Lins, Marília Medalha, Paulinho Nogueira, Tom Zé, maestro Benito Juarez, Marcus Vinícius e mais trinta artistas. Em discussão uma proposta de estatuto para a criação da seção paulista da Sombrás (Sociedade Musical Brasileira) e da Assim (Associação de Intérpretes e Músicos). A Assim é criada na tentativa de reparar uma grave injustiça praticada com os músicos: eles são obrigados a "ceder" seus direitos conexos de interpretação no momento em que fazem algum acompanhamento em disco. Em tese, cabe aos músicos que participam de uma gravação o pagamento de dezessete por cento do que for arrecadado com o disco em vendagem e execução. Como os músicos são obrigados a abrir mão desse percentual, ele é remetido para a Ordem dos Músicos, que não tem o poder de distribuí-lo. O dinheiro fica guardado para a compra de cadeira de rodas ou para pagar enterros.
(Foto: Elis Regina e Tom Jobim)
Elis passa a participar das diretorias das duas entidades. 26 de janeiro: Elis, César Mariano, Martinho da Vila e Marcus Vinícius vão a Brasília pata expor ao então ministro da Educação Ney Braga as diretrizes da Assim. 20 de fevereiro: Elis apresenta Transversal do tempo no Teatro Sistina de Roma, e, dias depois, no Teatro Lírico de Milão. Ela surpreende público e críticos italianos por apresentar um repertório praticamente desconhecido por eles, sem se preocupar em "puxar" os sucessos garantidos. Antes de começar o show, Elis fala ao público: "Carmen Miranda morreu nos anos 50. A Europa precisa entender que não somos um povo só de carnaval." Temos a nossa tristeza. E não vim aqui para fazer concessões. Vou cantar exatamente o que canto em meu pais"
(Foto: Elis Regina,Milton Nascimento e Fernando Brant)
1º de março: Transversal do tempo faz uma apresentação no Club de Vanguardia, em Barcelona. 7 de março: Transversal do tempo estréia no Teatro Ginástico, RJ, para uma temporada de três meses. Junho: Sai O LP Transversal do tempo, gravado ao vivo, com trechos do show. Uma particularidade envolve o lançamento do disco: a RCA-Victor, que mantém César Mariano sob contrato, proíbe que apareça o nome dele, como instrumentista, na capa do disco.
Seu nome só poderia aparecer no que se referia às partes técnicas do show e do disco. 20 a 30 de julho: Transversal do tempo se apresenta no Teatro de Icéia em Salvador. Agosto: O show cumpre temporadas em Belo Horizonte e Curitiba. 25 de outubro: Transversal do tempo estréia no Teatro Brigadeiro, SP Incluídas as músicas Altos e baixos, de Sueli Costa e Aldir Blanc, e Meninas da cidade, de Fátima Guedes. 8 de outubro: A revista Veja diz que Elis se recusa a levar Transversal do tempo para Buenos Aires, a convite do empresário Ronnie Scally: "Enquanto meu disco ('Falso Brilhante') continuar proibido pela censura argentina, não me apresento lá". (A censura havia interditado o disco por causa da música Gracias a la vida, de Violeta Parra.)
(Foto: João Marcelo Bôscoli, filho de Elis Regina )
1979
01 de janeiro: Vai ao ar, pela TV Bandeirantes, um programa especial que Elis levara um mês gravando. Ela aparece passeando e cantando com Adoniran Barbosa, visita Rita Lee em uma discoteca paulista, e com ela canta Doce pimenta, música feita por Rita para Elis.
(Foto: Elis e Rita Lee)
Direção do programa: Roberto de Oliveira e Sueli Valente. Fim de janeiro: Elis tira Transversal do tempo de cartaz e viaja para descansar. Em mais de um ano de temporada o show foi apresentado em Porto Alegre, Roma, Milão, Paris, Barcelona, Rio de Janeiro, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Curitiba e São Paulo. Fevereiro: Elis assina contrato com a gravadora WEA, mesmo já tendo assinado, antes, com a EMI-Odeon.
(Foto: Elis e Rita Lee)
Entre os projetos que envolvem o novo contrato, uma apresentação no Festival de Jazz de Montreux, Suíça, em julho. Dias depois do rompimento oficial de Elis com a Philips, a gravadora lança, a toque de caixa, um LP intitulado "Elis Especial", com músicas que ela havia cantado em ensaios de estúdios - como guia para arranjos -, além de outras que haviam sido cortadas das edições finais dos discos por não serem consideradas boas gravações. Motivo desse lançamento: Elis devia dezesseis fonogramas à gravadora. Maio: Participa do Show de maio, com renda revertida para o fundo de greve dos metalúrgicos de São Paulo, em um enorme galpão do velho estúdio da Cia. Vera Cruz de Cinema, em São Bernardo do Campo, com cinco mil pessoas presentes.
Além de Elis, participam do show: João Bosco, Macalé, Gonzaguinha, Dominguinhos, Maria Martha, Fagner e Carimbos Vergueiro. 15 de maio: É lançado o primeiro compacto simples de Elis pela WEA. De um lado, a música O bêbado e a equilibrista de João Bosco e Aldir Blanc; do outro, As aparências enganam, de dois compositores novos, Tunai (irmão de João Bosco) e Sérgio Natureza.
O bêbado e a equilibrista é imediatamente apelidado de "Hino da Anistia", cuja campanha se intensificava no Brasil. Julho: A WEA lança O LP "Essa Mulher", com O bêbado e a equilibrista e uma música inédita de Cartola, Basta de clamares inocência, além de uma inédita de Baden Powell e da música título, de Joyce e Ana Terra. 15 de julho: Elis apresenta-se no Grand Palace de Bruxelas, Bélgica, numa festa musical que comemora os mil anos da cidade.
(Foto: Baden Powel)
Toots Thielemans, um dos maiores jazzistas da gaita-de-boca e que já havia gravado um LP com Elis em 69, está presente e acompanha Elis em Madalena, de Ivan Lins e Ronaldo Monteiro de Souza, e Maria, Maria, de Milton Nascimento e Fernando Brant. 19 de julho: Apresenta-se na Noite Brasileira do 13.0 Festival de Jazz de Montreux, Suíça. Banda: César Mariano (teclados), Hélio Delmiro (guitarra), Luisão (baixo), Paulinho Braga (bateria) e Chinco Batera (percussão). No final da noite, Elis e Hermeto Paschoal fazem uma jam session. 25 de julho: Elis canta no Festival de Jazz de Tóquio, Japão.
30 de agosto: Começa uma série de apresentações do novo show Elis, essa mulher. A temporada: 30/8 a 6/9 - interior de São Paulo; 14 a16/9 São Paulo; 17/9 a 5/l0 - interior de São Paulo; 6/10 - Londrina; 9 a 21/10 -Porto Alegre; 25 a 28/10 - Curitiba; 31/10 a 18/11 -Belo Horizonte; 22 a 25/11 - Brasília; 28 a 31/11 -Belém; 1/12 - São Luís; 2/12 - Teresina; 5 a 9/12 - Fortaleza; 11 a 16/12 - Recife; 18/12 - Aracaju; 19 a 23/12 - Salvador. A estréia nacional do show é no Ginásio Municipal de Esportes de Sorocaba, interior de São Paulo, para uma platéia de duas mil e quinhentas pessoas.
Banda: César Mariano (teclados), Crispim dei Cistia (guitarra e teclados), Ricardo Silveira (guitarra, violão e viola), Luís Moreno (bateria), Nenê (baixo), Chacal (percussão). Direção musical: César Mariano. Som: Rogério Costa. Realização: Trama. Promoção: Poladian Produções. No programa do show, Elis escreve: Nessa hora e meia, a gente vai falando do jeito da gente. Os tempos da ingenuidade. Da desatenção. Do não saber de nada. Do susto que se tomou ao se conhecer quase nada. Dos tempos da quixotada. Dos restos de amadorismo. Do amadurecimento. Da raiva. Essas coisas todas que foram transformando a gente. Que hoje tem o mesmo riso, faz a mesma algazarra, gosta da cachaça, etc... Mas que melhorou o jogo de cintura, aprimorou o físico, desenvolveu o faro. Além de ter aprendido a prender a respiração quando o cheiro não é dos melhores. O concerto é isso aí. Devagarinho vai se levando. Pra, no final, a esperança ser posta na berlinda de novo. Esperança que pinta, mas já com a certeza de que a gente tem que cavar. Tem que tomar. Na marra. Rindo. Se possível".
(Foto: Elis Regina e filhos)
1980
Janeiro: Primeiros ensaios e seleção de elenco para o show Saudade do Brasil no Teatro Procópio Ferreira, SP. 20 de março: Estréia no Canecão, RJ, o show Saudade do Brasil, com um elenco de vinte e quatro pessoas - treze músicos e onze bailarinos, a maioria novatos - dirigido por Ademar Guerra e coreografado por Márika Gidali, com quem Elis faz aulas de dança. Há dez anos Elis não se apresenta no Canecão. Direção musical: César Mariano. Figurinos: Kalma Murtinho. Cenário e programação visual: Marcos Flaksman. "Não se trata de saudade de alguma coisa que acabou ou pessoa que morreu. É saudade do que está aí vivo, solto, e nunca deixou de existir. Se não temos acesso a isso, é por falta de uma batalha maior" (Elis, para o jornal O Globo, 20/3/80). 9 de julho: Morre Vinícius de Morais.
(Foto: Vinícius de Moraes)
Elis cancela seu show e participa das homenagens póstumas. Segundo a escritora Rita Ruschel, Elis passou vários dias, depois do enterro de Vinícius, dormindo no chão. "Superada essa fase, passou a dormir sobre a colcha, entre as almofadas de coração e borboleta. (. . .) Só muitos dias depois conseguiu, com esforço, entrar definitivamente entre os lençóis e dormir o sono dos justos" (em Meus tesouros da juventude - Editora Summus). É lançado o álbum duplo "Saudade do Brasil", com a íntegra do show, mas gravado em estúdio. Do álbum participam todos os músicos do show, além dos bailarinos, que no show também fazem coro. O álbum duplo é lançado em edição limitada de vinte e cinco mil exemplares e mais tarde, desmembrado em dois discos: "Saudade do Brasil" 1 e 2. Agosto: Depois de cinco meses de absoluto sucesso, Saudade do Brasil se despede do Canecão e do Rio de Janeiro. 4 de setembro: O show estréia em São Paulo, no Tuca Teatro da Universidade Católica. Fica um mês em cartaz.
03 de outubro: A TV Globo leva ao ar o especial Elis Regina Carvalho Costa, programa da série Grandes Nomes. Era praxe do programa que o artista focalizado levasse um convidado e cantasse com ele um ou dois números. O convidado de Elis, para esse programa, é o próprio César Mariano. Os dois, sozinhos, apresentam Rebento, de Gilberto Gil, e Modinha, de Tom Jobim e Vinícius de Morais. Novembro: Depois de já ter lançado um álbum duplo pela WEA em julho, Elis lança um novo LP. Dessa vez, a gravadora é a EMI-Odeon, com a qual, na verdade, Elis havia assinado contrato antes de assinar com a WEA. No disco, Elis recria O trem azul, de Lô Borges e Ronaldo Bastos, e Rebento, de Gilberto Gil, além de apresentar dois compositores até então não gravados: Jean e Paulo Garfunkel. É o primeiro disco de Elis na Odeon e o último que ela grava. É dedicado a Rita Lee, "Meu ídolo, minha amiga e colega de internato".
(Foto: Elis e Rita Lee)
Janeiro.. Elis vai a Los Angeles e começa os preparativos de um disco a ser gravado com Wayne Shorter, compositor e saxofonista que já havia gravado com Milton Nascimento. Esse disco nunca ficou pronto. 6 de março: Dentro da série Grandes Nomes, a TV Globo apresenta o especial de Gal Costa. Convidada especial: Elis. Ela vem de Los Angeles para atender ao convite de Gal. As duas cantam juntas Amor até o fim, de Gilberto Gil, e Estrada do sol, de Tom Jobim e Dolores Duran, música que ambas, separadamente, já haviam gravado.
(Foto: Gal Costa)
Elis em seu LP de 1971 ("Ela"), e Gal no disco "Gal Tropical', de 1979. 9 de julho: Elis vai para o Chile participar de um programa de televisão. Volta a São Paulo no dia 12, para continuar os ensaios de seu novo show, cuja estréia está marcada para uma nova casa de espetáculos paulista, o Canecão-Anhembi. 22 de julho: Estréia o show Trem azul no Canecão paulista. Direção: Fernando Faro. Cenário: Elifas Andreato. Banda: Sérgio Henriques e Paulo Esteves (teclados), Nathan Marques (guitarra e violão), Luisão (baixo), Teo Lima (bateria), Otávio Bangla (sax tenor e soprano), Nilton Rodrigues (trumpete e flugelhorn). Arranjos: César Mariano e Natan Marques. César não participa do show: ele e Elis estão definitivamente separados depois de nove anos de casamento.
(Foto: Elis Regina e sua filha Maria Rita)
O show fica um mês e meio em cartaz. 19 de setembro: Única apresentação de Trem azul em Porto Alegre, no ginásio de esportes Gigantinho. É a última vez que Elis canta em sua terra natal. 22 a 25 de outubro: O show volta a São Paulo, no Palácio de Convenções do Anhembi. 26 de outubro: Durante um coquetel no salão do Hotel Caesar Park, RJ, Elis assina contrato com a gravadora Som Livre. "Eu estou absolutamente desesperançada com todas as gravadoras. Todas são iguais. Mas a Som Livre, pelo menos, toca no rádio, põe os discos nas lojas, tem trinta por cento da fatia de mercado, divulga na televisão e tudo" (para o Coojornal de outubro de 1981).
(Foto: Lô Borges)
28 de outubro: Trem azul estréia no Teatro João Caetano, RJ, e fica dias em cartaz. 11 de dezembro: O show apresenta-se no Rio Palace, RJ. 31 de dezembro: Elis faz sua última apresentação na televisão. É num especial de fim de ano da TV Record, onde canta Me deixas louca, de Armando Manzanero em versão de Paulo Coelho, e O trem azul, de Lô Borges e Ronaldo Bastos.
1982
(Foto: Ronaldo Bastos)
Janeiro: Elis começa a ouvir fitas para escolher o repertório de seu próximo disco, o primeiro para a gravadora Som Livre. 5 de janeiro: Dá sua última entrevista. É para o programa Jogo da Verdade, da Televisão Cultura de São Paulo -RTC. Participam do programa, como entrevistadores, Salomão Esper, Zuza Homem de Mello e Maurício Kubrusly. 19 de janeiro, terça-/feira.' 11h45 - Morte, em São Paulo, por intoxicação exógena aguda. O corpo de Elis é levado para o Teatro Bandeirantes, onde é velado até o dia seguinte. Elis veste a camiseta que não pôde ser usada no show Saudade do Brasil, dois anos antes: a bandeira brasileira, com seu nome no lugar de "Ordem e Progresso". O Teatro Bandeirantes fica cheio durante a noite e a madrugada. Vários artistas no velório: Rita Lee, Roberto de Carvalho, Raul Seixas, Jair Rodrigues, Ronald Golias, Martinha, Lélia Abramo, Ronaldo Bôscoli, Luiz Carlos Mieli, César Mariano, Henfil, Tânia Carrero, Hebe Camargo, Ángela Maria, Fafá de Belém. Gilberto Gil, nos Estados Unidos, manda uma coroa de flores: "Sua voz será de todas as canções, sua alma de todos os corações".
A morte é manchete em jornais: "Perdemos nossa melhor cantora" - Jornal da Tarde - SP - 20/1 "Suspeita de suicídio na morte de Elis Regina" -O Estado - SC - 20/1 "Causa da morte de Elis só vai ser confirmada amanhã" - Jornal do Brasil - RJ - 20/1 "Brasil chora morte de Elis" - A Notícia - Joinville - SC - 20/1 "Coração mata Elis" - O Estado do Paraná - 20/1 "Elis" - Folha da Tarde - RS - 20/1 "O Brasil sem Elis Regina" - Folha de S. Paulo - 20/1 Algumas agências de propaganda fazem circular mensagens a respeito de Elis em todos os jornais:"Choram Marias e Clarice. . . Chora a nossa pátria mãe gentil". "Em busca de um sol maior, Elis Regina embarcou num brilhante trem azul, deixando conosco a eternidade de seu canto pelas coisas e pela gente de nossa terra. E uma imensa saudade." (Age Propaganda - SP) "A verdade não rima, a verdade não rima, a verdade não rima. . ." (Visão Publicidade - PR - tirada da letra da música Onze fitas, de Fátima Guedes.) "Nada será como antes".
Elis Regina Carvalho Costa" (Signo Comunicação - RJ) 20 de janeiro: O Departamento de Trânsito de São Paulo cria um esquema especial para o cortejo, do Teatro Bandeirantes ao cemitério do Morumbi. A pé, de carro ou moto milhares de pessoas acompanham o carro do Corpo de Bombeiros que leva o caixão. Elis é sepultada por volta de uma hora da tarde no túmulo 2199, quadra 7, setor 5 do cemitério do Morumbi. 21 de janeiro: O delegado do 4º Distrito Policial de São Paulo, Geraldo Branco de Camargo, divulga os resultados da autópsia e dos exames toxicológicos realizados em Elis. O laudo número 415/82 do Laboratório de Toxicologia do Instituto Médico-Legal revela "resultado positivo para cocaína e álcool etílico, este na quantidade de um grama e seiscentos miligramas de álcool etílico por litro de sangue; a quantidade de álcool etílico encontrada em nível sangüíneo revelou estar a vítima sob estado de embriaguez, e a presença de cocaína caracterizou o estado tóxico, que em somatória pode responder pelo evento letal".
22 de janeiro: A TV Cultura e a TV Globo apresentam especiais com Elis Regina. O da TV Cultura é a reapresentação de um programa feito em 1972, onde Elis fala de sua carreira e canta por duas horas. Direção de Fernando Faro. O da Globo é uma colagem das várias fases da carreira de Elis. A Sudwestsunk, emissora de televisão alemã, com sede em Baden Baden, apresenta um especial de quarenta e cinco minutos com teipes de Elis gravados quando ela esteve na Alemanha. 26 de janeiro: Missas de sétimo dia são rezadas em São Paulo, Rio de Janeiro e em várias cidades do Brasil. Em São Paulo, a missa é às dezoito horas na Igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Na igreja, mais de mil pessoas. entre elas Rita Lee, César Mariano, Samuel MacDowell, Walter Silva, Teotônio Vilela, Audálio Dantas, Lula, Cauby Peixoto, Hebe Camargo, Henfil, Renato Consorte, Lélia Abramo. Os textos litúrgicos são lidos por Rita Lee e Rogério, irmão de Elis. No Rio a missa é celebrada na Igreja Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, com as presenças de Gal Costa, Nana Caymmi, Fafá de Belém, Zezé Motta, Betty Faria, Herminio Belio de Carvalho, entre outros.
29 de janeiro: Divulgado o resultado dos exames realizados pelo Laboratório de Toxicologia do Instituto Médico-Legal, que determinam a quantidade de cocaína que teria sido ingerida por Elis antes de morrer: Exame complementar n.0 00415 Exame toxicológico Resultado: A análise quantitativa de cocaína efetuada em fígado e urina forneceram os seguintes resultados: Urina: 23 mg/100 ml (23 miligramas de cocaína por 100 mililitros de urina). Fígado: 2,4 mg/l00 g de tecido (2,4 miligramas de cocaína por cem gramas de fígado). Observações: As dosagens acima foram efetuadas em cromatografia liquidogás, utilizando-se padrão de cocaína extrapura cristalizada de procedência alemã (Merck)". O laudo é assinado por Maria E. M. da Costa Amaral, Vera Elisa Reihardt, Maria Isahel Garcia e Evilin Mansur.
30 de janeiro: No show Festa do interior no Maracanãzinho, RJ, Gal Costa dedica a música Força estranha, de Caetano Veloso, a Elis, "uma estrela que luz eternamente". Essa homenagem seria repetida durante toda a temporada do show pelo país. 7 de fevereiro.' Mais uma homenagem, e monumental. No estádio do Morumbi, SP, cem mil pessoas assistem ao show Canta Brasil, As atrações: Simone, Fagner, Toquinho, Chico Buarque, Milton Nascimento, Baby Consuelo, Pepeu Gomes, Gonzaguinha, Elba Ramalho, Paulinho da Viola, Djavan, Nara Leão, Clara Nunes e João Bosco. Sobe um enorme painel com o rosto de Elis, e todos artistas, público, cem mil vozes - cantam O bêbado e a equilibrista, de João Bosco e Aldir Blanc. 16 de fevereiro: O promotor Pedro Franco de Campos, da 1 a Vara Auxiliar do Júri, requer o arquivamento do inquérito sobre a morte de Elis ao juiz Antônio Filiardi Luiz, alegando "não haver crime a punir. Não houve o delito de induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio, mesmo porque não se pode falar com segurança em suicídio". 23 de fevereiro: O juiz Antônio Filiardi Luiz manda arquivar o inquérito instaurado para apurar a morte de Elis.
04 de março: Tem início o "Mês Músical Elis Regina", promovido pela Prefeitura do Município de São Paulo em seus teatros de bairro. Participam do evento: Adoniran Barbosa, Zimbo Trio, Tetê Espíndola, Grupo D'Alma, Tomzé, Premeditando o Breque, Marlui Miranda, Belchior, Clementina de Jesus, Nelson Cavaquinho, Marina, Grupo Rumo, Renato Teixeira. A promoção vai até o dia 28. No fim de março a WEA põe no mercado o disco "Elis Regina XIII Montreux Jazz Festival", com a gravação da apresentação de Elis em julho de 1979.0 disco não foi lançado na época porque tanto Elis como a gravadora não aprovaram a qualidade técnica da gravação. Destaque no LP: O encontro de Elis com Hermeto Paschoal. 1º de maio: É registrada oficialmente a Associação Brasileira Elis em Movimento (ABEM), com sede em São Paulo, criada com o objetivo de preservar a arte e a memória de Elis. 8 de maio: O prefeito Tito Costa, de São Bernardo do Campo, SP, inaugura o Teatro Elis Regina na Avenida João Firmino, 900, no bairro de Assunção.
A gravadora Continental relança os dois primeiros discos de Elis, gravados em 1961 e 1962. "Viva a Brotolândia" e "Poema" são relançados em álbum duplo sob o nome de 'Nasce uma Estrela". Nesta mesma época a Polygram/ Philips, gravadora de Elis por quinze anos, lança uma caixa com quatro LPs que abrangem o período de 1965/1978 de sua carreira. Agosto: A ABEM lança o número zero do jornal Elis em Movimento, no qual são divulgados os objetivos da associação. Lançamento do álbum duplo "Trem Azul", pela Som Livre, com a gravação da última apresentação do espetáculo em São Paulo, no Palácio de Convenções do Anhembi A gravação original fora feita em uma fita cassete normal, mono, pelo irmão e técnico de som de Elis, Rogério Costa. A fita passou por uma série de processos de purificação. O som do disco não é perfeito, mas a gravação guarda o calor do show e nos dá a oportunidade de ouvir Elis cantando Flora de Gilberto Gil, e Eurídice, de Vinícius de Morais, músicas nunca antes gravadas por ela.
1983
14 de janeiro: É aberta, no Centro Cultural São Paulo, a '1ª Semana Elis Regina" uma promoção da Rede Globo de Televisão em convênio com a Secretaria de Cultura de São Paulo. Na programação da semana: shows com Renato Teixeira, Ivan Lins, Lô Borges, Tetê Espíndola, Grupo Papa- vento, Grupo Medusa, Rosinha de Valença, Guilherme Arantes, Belchior e Zé Rodrix; exposições de fotos e desenhos; espetáculo de dança Elis - 4 estações - coreografado por Esmeralda Monteiro e apresentado pelo Ballet Art; mímica de Denise Stoklos para a música Se eu quiser falar com Deus de Gilberto Gil, na interpretação de Elis; lançamento de cartões-postais e de poster comemorativo de autoria de Elifas Andreato.
Durante a promoção, a Rede Globo inclui em sua programação vespertina e noturna pequenos flashes focalizando os eventos da semana no Centro Cultural. 19 de janeiro: Missa de primeiro aniversário na Catedral da Sé, SP, com a presença de cinco mil pessoas. Milton Nascimento participa cantando Essa voz música dele e de Fernando Brant em homenagem a Elis, e Canção da América também dele e de Fernando Brant, acompanhado pela Orquestra Sinfônica de Campinas regida pelo maestro Benito Juarez. A Rede Bandeirantes de Televisão coloca em sua programação, entre oito e meia e meia-noite, vinte breaks de três a cinco minutos cada um, com vinhetas homenageando Elis, além de apresentar, às vinte horas, o especial Elis com imagens de arquivo e depoimentos de Gilberto Gil, Milton Nascimento, Djavan e Sueli Costa.
A Escola de Samba Unidos de Vila Jsabel RJ, promove a "Noite dos Imortais", com um show em homenagem a Elis. São inauguradas duas exposições em São Paulo: "Elis 100% Nacional", com guaches de Vicente Gil, na Galeria Paulo Figueiredo, e "Elis Paz", no Spazio Pirandelio. A gravadora EMI-Odeon lança um disco intitulado 'Vento de Maio", com antigas gravações de Elis, como Tiro ao álvaro, de Adoniran Barbosa e Osvaldo Moiles, junto com Adoniran, e O que foi feito devera (de Vera), de Milton Nascimento, Fernando Brant e Márcio Borges, junto com Milton. 23 de fevereiro.. A mímica Denise Stoklos estréia no SESC Fábrica da Pompéia, SP, um recital de mímica baseado em quinze interpretações de Elis.
27 de fevereiro.. É aberto o "II Mês Musical Elis Regina", uma série de shows nos teatros da prefeitura de São Paulo, com Joyce, Paulinho Boca de Cantor, Jards Macalé, Luli & Lucina. Abril: O álbum duplo "Trem Azul", com a integra do show gravado por Rogério Costa, ganha o Disco de Ouro por ter vendido mais de cento e vinte mil exemplares. Leva também o prêmio especial da Associação Paulista dos Criticos de Arte pelo tratamento dado à gravação original. 10 de novembro: O Ballet Art estréia no Teatro da Hebraica, SP, o espetáculo Elis - 4 estações que revive as fases de sua carreira com os movimentos 'A Primavera dos Sonhos", "O Verão do Amor", "A Maturidade do Outono" e "A Descrença do Inverno".
1984
16 de janeiro: É aberta, no Centro Cultural São Paulo, a 'II Semana Elis Regina", promovida com a colaboração da Rádio e TV Gazeta, com shows de Cida Moreyra, Eduardo Gudin, Grupo Medusa, Tom zé, Rosa Maria, Regina Tatit, Célia e Grupo Papavento. Lançado, pelo Opus Vídeo e Fonográfica - selo Elenco -, o álbum duplo "Elis Vive" - uma seleção de sucessos de Elis. 22 de janeiro: O prefeito Mário Covas e o secretário de Cultura Gianfrancesco Guarnieri inauguram, em São Paulo, a Praça Elis Regina, na altura do número 1670 da Avenida Corifeu de Azevedo Marques, bairro do Butantã. Fevereiro: A Escola de Samba União de Vila Prudente, SP, sai às ruas no carnaval com o samba-enredo Elis Regina, o som da festa eterna desta musa, de autoria de Nelson Coelho, Roberto Lindolfo e Ditão.
A letra do samba: "Na terra do churrasco e chimarrão Eu me embalei na poesia onde brotou a revelação Elis, a luz que irradia, minha vila vem mostrar Pra que chorar, cai comigo na folia pra despertar Vamos pular, são só três dias Hoje tem arrastão Eu vou Upa neguinho na estrada Ai que saudade nos dá Foi a hélice de tantos valores atuais No falso brilhante da vida, jamais foram esquecidas suas [obras imortais Era uma musa que surgia para sempre, quem diria, entre [tantas marias Trem azul, pimentinha ardida trazida do sul, Beco das [Garrafas rádio circo e Tv Elis, a festa é sua, desça e vem sambar na rua.
(Foto: Elis e filhos)
22 de fevereiro: Estréia no Teatro São Pedro, SP, o espetáculo Elis, com um pássaro no ombro. Com dança, música, teatro, fotografia e literatura conta-se a história do Brasil entre os anos 60 e 80, tendo Elis como fio condutor. Criado pelo grupo Baleteatro de Minas, o espetáculo já havia sido apresentado em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro.
Depois de São Paulo, o grupo apresenta-se em Brasília. Novembro: A gravadora Som Livre lança o disco "Elis -Luz das Estrelas", feito a partir de um teipe da Rede Bandeirantes de Televisão que foi ao ar em 1976. Usou-se só a voz de Elis. Wagner Tiso, Dori Caymmi, Natan Marques; Lincoln Olivetti, Eduardo Souto e Guto Graça MeIlo fizeram novos arranjos. A intenção declarada: mostrar Elis com um "som atual". O disco tem dez faixas, seis das quais inéditas em gravações de Elis: Para Lennon & McCartney, de Lô Borges e Fernando Brant, No dia em que eu vim me embora, de Caetano Veloso e Gilberto Gil, Velho arvoredo, de Hélio Delmiro e Paulo César Pinheiro, Corsário e Gol anulado, de João Bosco e Aldir Blanc. Novo LP de montagem é lançado pela Polygram, selo Fontana Special: "Nada Será Como Antes - Elis Interpreta Milton Nascimento", com dez faixas, gravadas entre 1966 e 1978. 27 de dezembro: Morre, de câncer no pulmão, Romeu Costa, pai de Elis, aos sessenta e seis anos.
Fontes:Maria Luiza Kfouri
Elis Regina não é Jimi Hendrix, Janis Joplin ou Jim Morrison, ouvi uma entrevista a este respeito, que ela jamais será uma lênda quanto eles, o tal especialista, precisa entender que 1º, Elis era brasileira, se fosse uma inglesa ou americana, sería no alcance do esperado a este tal "especialista". Certo é que, Muitos anos se passaram e Elis tem uma certa magía que o tempo, não apaga a sua trajetória neste mundão, seja em programas de calouros, no programa Idolos, em Karaokês, na internet, mais de um milhão de pessoas já acessaram o video "Aguas de Março", nas rádios...lá esta Elis, encantando gerações, foi assim...assim será. Obrigado pela vossa visita, acompanhe as galerias de fotos e videos e até mais...
Elis Regina - Como Nossos Pais
Elis Regina O Bebado e A Equilibrista
Elis Regina - O Bêbado e a Equilibrista (Clipe)
Elis Regina - Fascinação - Transversal do Tempo - 1978 - em Lisboa (Portugal)
Elis Regina - Me Deixas Louca
Trem Azul - Elis Regina
Elis Regina, Águas de Março
Águas de Março - Tom Jobim e Elis Regina no Fantástico
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