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Abcdário Musical

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Gilberto Gil


Biografia Gilberto Gil

Gilberto Passos Gil Moreira (Salvador , 26 de junho de 1942) é um esplêndido músico,cantor e compositor brasileiro.

Gil nasceu no bairro do Tororó, em Salvador. Seu pai, o médico José Gil Moreira e sua mãe Claudina, em busca de uma vida melhor, mudam do bairro pobre da capital baiana para o interior do Estado, em Ituaçu, à época um lugarejo com cerca de oitocentos habitantes. Ali Gil passou os primeiros oito anos de vida. Deste período o artista registra a influência das músicas ouvidas, sobretudo no rádio:


"...os meus primeiros momentos de ouvir música, tudo se passou numa época em que Luiz Gonzaga, principalmente lá no Nordeste, onde eu vivia, lá na caatinga, era praticamente o canto mesmo da região..."

Com oito anos volta para Salvador, onde estuda no Colégio Maristas, e freqüenta uma academia de acordeon. Quando estava no secundário, recebeu da mãe um violão e conhece o trabalho de João Gilberto, que lhe influencia de imediato.
Nos tempos de faculdade de Administração, Gil
conhece Caetano Veloso, sua irmã Bethânia, Gal Costa e Tom Zé.
Realizam a primeira apresentação na inauguração do Teatro Vila Velha em junho de 1964 - com o show "Nós, Por Exemplo".
Formou-se em 1965 e muda-se com a esposa Belina para São Paulo.
Formado em administração de empresas, seu primeiro emprego em São Paulo foi na Gessy Lever. Nos anos 1970, Gil acrescentou elementos novos da música africana, norte-americana e jamaicana (reggae), ao já vasto repertório, e continuou lançando álbuns como Realce e Refazenda.
João Gilberto
gravou a canção Eu Vim Da Bahia, de Gil, no clássico LP João Gilberto.
Em fins de 1968, Gil e Caetano Veloso, cuja importância no Brasil era, e é, de certa forma comparável à de John Lennon e Paul McCartney no mundo anglófono, foram presos pelo regime militar brasileiro instaurado após 1964 devido a supostas atividades subversivas, de que foram taxados. Depois da anistia, ambos exilaram-se por ocasião do governo militar em vigência no Brasil a partir de 1969 em Londres.

Nos anos 1970 iniciou uma turnê pelos Estados Unidos e gravou um álbum em inglês. De volta ao Brasil, em 1975 Gil grava Refazenda, um dos mais importantes trabalhos que, ao lado de Refavela, gravado após uma viagem ao continente africano, e Realce, formariam uma trilogia RE. Refavela traria a canção Sandra, onde, de forma metafórica, Gil falaria sobre a experiência de ter sido preso por porte de drogas durante um excursão ao sul do país e ter sido condenado à permanência em manicômio judiciário, ou conforme denominação eufemística, casa de custódia e tratamento, entretanto designada por Gil como hospício
.

Fechamento da trilogia, Realce causaria certa polêmica quando alguns considerariam a canção título como uma ode ao uso de cocaína, isto talvez explicitado pelos versos: realce, quanto mais purpurina melhor.

Ao lado dos colegas Caetano Veloso e Gal Costa, lançou o disco Doces Bárbaros, do grupo batizado com o mesmo nome e idealizado por Maria Bethânia, que era um dos vocais da banda. O disco é considerado uma obra-prima; apesar disto, na época do lançamento (1976) foi duramente criticado. Doces Bárbaros foi tema de filme, DVD e enredo da escola de samba GRES Estação Primeira de Mangueira em 1994, com o enredo Atrás da verde-e-rosa só não vai quem já morreu, puxadores de trio elétrico no carnaval de Salvador, apresentaram-se na praia de Copacabana e para a Rainha da Inglaterra
. O quarteto Doces Bárbaros era uma típica banda hippie dos anos 1970.

Inicialmente o disco seria gravado em estúdio, mas por sugestão de Gal e Bethânia, foi o espetáculo que ficou registrado em disco, sendo quatro daquelas canções gravadas pouco tempo antes no compacto duplo de estúdio, com as canções Esotérico, Chuckberry fields forever, São João Xangô Menino e O seu amor, todas gravações raras.

Trabalhou com Jimmy Cliff
com quem fez, em 1980, uma excursão, pouco depois de ter feito uma versão em português de No Woman No Cry (em português, Não chores mais) sucesso de Bob Marley & The Wailers que foi um grande sucesso, trazendo a influência musical do reggae para o Brasil.

Originalmente idealizado para a montagem do ballet teatro do Balé Teatro Guaíra (Curitiba, 1982), o espetáculo O Grande Circo Místico foi lançado em 1983. Gil integrou o grupo seleto de intérpretes que viajou o país durante dois anos com o projeto, um dos maiores e mais completos espetáculos teatrais já apresentados, para uma platéia de mais de duzentas mil pessoas. Gil interpretou a canção Sobre todas as coisas composta pela dupla Chico Buarque e Edu Lobo
. O espetáculo conta a história de amor entre um aristocrata e uma acrobata e da saga da grande família austríaca proprietária do Grande Circo Knie, que vagava pelo mundo nas primeiras décadas do século.

Valendo-se ainda do filão engajado da pós-ditadura, cantou no coro da versão brasileira de We Are the World, o hit americano que juntou vozes e levantou fundos para a África ou USA for Africa. O projeto Nordeste Já (1985), abraçou a causa da seca nordestina, unindo 155 vozes num compacto, de criação coletiva, com as canções Chega de Mágoa e Seca d´Água; é de Gil a autoria da composição de Chega de Mágoa. Elogiado pela competência das interpretações individuais, foi no entanto criticado pela incapacidade de harmonizar as vozes e o enquadramento de cada uma delas no coro.

Dentre as inúmeras composições consagradas pelo próprio Gil e na voz de outros intérpretes, estão: Procissão, Estrela, Vamos Fugir, Aquele Abraço, A Paz, Sítio do Pica-Pau Amarelo, Esperando na Janela, Domingo no Parque, Drão, No Woman no Cry, Só Chamei Porque te Amo, Não chores mais [Woman no cry], Andar com Fé, Se Eu Quiser Falar Com Deus, Divino maravilhoso, A linha e o linho, Com medo com Pedro, Objeto sim objeto não, Three Little Birds, Ela, Pela Internet, A Novidade, Morena, A Raça Humana, Palco, Realce, Divino maravilhoso, e outras.
Compôs para dezenas de artistas, como Elis Regina, Simone, Maria Bethânia,
Gal Costa, Zizi Possi, Daniela Mercury, Carla Visi e Ivete Sangalo.

Política

Gil na Política.Em 1989, mesmo gravando, fazendo espetáculos e se envolvendo em causas sociais, elegeu-se vereador em Salvador, sua cidade natal, pelo Partido Verde (PV).
Em janeiro de 2003, quando o presidente Luís Inácio Lula da Silva tomou posse, nomeou-o para o cargo de ministro da Cultura, nomeação que originou severas críticas de personalidades como Paulo Autran e Marco Nanini em entrevistas à Folha de São Paulo.
Entretanto, permaneceu no cargo de ministro por cinco anos e meio. Deixou o ministério em 30 de julho de 2008 para voltar a dedicar-se com maior exclusividade à sua vida artística. Em 28 de agosto participou da solenidade de posse oficial de seu sucessor no ministério, Juca Ferreira.

"Ele teve uma recaída e quer voltar a ser um grande artista. Gil não é imprescindível apenas para a política." - Presidente Lula ao comentar a saída de Gil do ministério.

A primeira apresentação de Gilberto Gil em São Paulo ocorreu em 1965 quando cantou a música Iemanjá, no V Festival da Balança, festival universitário de música promovido pelo Diretório Acadêmico João Mendes Jr. da Faculdade de Direito da Universidade Mackenzie. O Festival organizado pelo estudante de Direito Manoel Poladian, que mais tarde viria se tornar produtor musical, foi gravado pela gravadora RCA, e trata-se da primeira gravação em disco de Gilberto Gil e também de Maria Bethânia que participou do Festival com a música Carcará, o primeiro grande sucesso radiofônico, que a tornou nacionalmente conhecida.
Caetano Veloso e Gilberto Gil, líderes do tropicalismo, também estavam entre aqueles que tiveram cerceadas suas carreiras no Brasil, em seu período mais repressivo. Através de músicas de protesto e do próprio tropicalismo, lançaram a semente da conscientização e agitaram a opinião pública, sendo então enquadrados na lei de segurança nacional e expulsos do país. Seguiram para Londres, onde, segundo alguns fãs, viveram uma de suas melhores fases, no setor artístico. Compondo em inglês, conquistaram facilmente o público europeu; livres da influência da repressão, puderam deixar fluir em suas composições toda liberdade de expressão a que tinham direito. Somente retornariam ao solo pátrio, em 1972. Apresentando-se no programa Som Livre Exportação, declararam publicamente que continuariam trabalhando em prol da música popular brasileira.


*RESUMO



Gilberto Passos Gil Moreira nasceu em Salvador, no dia 26 de junho de 1942. Passou sua infância na pequena cidade de Ituaçu e sua vocação musical despertou cedo, aos três anos de idade já manifestava o desejo de ser músico, fascinado pelos grandes sucessos das rádios do Rio de Janeiro e as tantas matizes da música local. Em 1952 Gil vai estudar em Salvador no Colégio dos Irmãos Maristas e aproveita para matricular-se em uma escola de acordeom.

Na capital é muito influenciado pela música de Dorival Caymmi. Aos 18 anos de idade forma com amigos o conjunto “Os Desafinados”, onde reveza no acordeom e vibrafone.

No final dos anos 50 a bossa nova começa a revolucionar a música brasileira. No rádio, Gil escuta o cantor e violonista baiano João Gilberto, e o efeito da batida de João no ouvido de Gil é decisivo. Ele logo abandona o acordeom e passa a tocar violão. No início da década de 60 já se aventura nas primeiras composições. Na mesma época, fazia jingles, cantava na TV local e cursava Administração de Empresas na Universidade da Bahia.

Em 1962 ele tem, pela primeira vez, uma música gravada: “Bem devagar”, com o conjunto vocal As Três Baianas. Na televisão, no início de 1966, passa a se destacar em “O Fino da Bossa”, programa da TV Record apresentado pela cantora Elis Regina, que consagra a sua composição “Louvação”. Nascia um novo e grande compositor popular brasileiro, que consolidou parcerias com os maiores nomes da MPB, particularmente com Caetano Veloso.

Gil e Caetano revolucionam, com o Tropicalismo, toda a música popular brasileira, com composições mais engajadas e políticas, ao contrário da ingenuidade que a jovem guarda passava para a juventude de então. Em 1969 foi exilado, juntamente com Caetano, devido a convicções políticas discordantes dos então ditadores de plantão.

Os vinte anos de carreira foram comemorados num grande evento organizado pelo poeta Waly Salomão. “Gil, 20 anos-luz” realizou-se em uma semana de espetáculos, debates, filmes, leituras e performances, com participação dos maiores nomes da MPB e do rock brasileiro da época. No mesmo ano, 1985, participou do primeiro Rock in Rio.

No ano de seu 50º aniversário, lança o disco “Parabolicamará”. No ano seguinte, “Gilberto Gil unplugged” é lançado com sucesso e apresentações pelo Brasil, Estados Unidos e Europa.

Em 1996, apresentações no festival Hollyood Rock fizeram parte de sua agenda. Em 1997, mais um lançamento, desta vez o CD duplo “Quanta” e mais uma longa temporada de sucesso pelo Brasil e exterior. Seu prestígio e reconhecimento o leva a receber, em 1999, a estatueta do Grammy de World Music.

As atividades deste baiano são intensas e, entre participação em CDs de outros músicos, filmes, carnavais e shows, vem o Rock in Rio III. Em 2002 inicia nova turnê com o lançamento do álbum “Kaya n’gan daya”, gravado na Jamaica.

Suas trajetórias, musical e política, correram paralelas por toda a sua carreira. Em 1979, Gil tornou-se o primeiro negro a integrar o Conselho de Cultura do Estado da Bahia e, daí em diante, sua vocação política não mais o abandonou, culminando com a nomeação para o cargo de ministro da cultura, com a posse do governo Lula, em 2003. No mesmo ano, Gil recebe o prêmio de personalidade de 2003 no Grammy Latino, em Miami, nos Estados Unidos.

Apesar dos compromissos ministeriais, Gilberto Gil participa do Rock in Rio Lisboa e lança, em 2004, o CD e DVD “Eletroacústico”. É preciso fôlego para acompanhar nosso talentoso ministro.


Particularmente, não acho que nem Gil e nem Caetano tenham sido uma "ameaça" em termos de letras nas canções durante a ditadura,como a marcante canção de Geraldo Vandré e outros.



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