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Abcdário Musical

terça-feira, 29 de setembro de 2009

☺ Mafalda Veiga ☺



Quando comecei este Abecedário de música, a intenção era postar artistas exclusivamente do Brasil, mas achei interessante também explorar outras culturas sem esquecer minha origem, obviamente. Assim sendo, postei cantores(as) de diversos países e adorei! Pois assim, se tornou instrutívo a quem se interessar por música nos quatro cantos da terra. Quando comecei, Michael Jackson estava vivo, Zé Rodrix também, e nem cheguei na letra Z!
Conheci artistas interessantes, outros...estranhos, mas... esta valendo!
Pois o universo musical nos prepara muitas surpresas, um delas é a cantora Mafalda Veiga. Não conhecía o seu trabalho, é maravilhoso! É uma cantora carismatica, com um instrumental simples , não pobre, ao contrário, jovem, cheio de energia, de vida, muito prazeroro. São canções que agrada de oito a oitênta anos! Mafalda Veiga é uma recomendação do ministério da Saúde musical: " Atenção: Ouvir Mafalda Veiga pode viciar." Ela é muito boa!
Recomendado para todas as idades, se você aínda não conhece esta maravilhosa cantora, compre os Cds, DVDs, enfim...boa viagem nas ótimas canções da talentosa moça portuguesa.
Antes de pôr o pé e a voz no ‘Chão’ que aqui nos traz, seguro e carregado de novos frutos e delicadas flores, Mafalda Veiga tinha gravado 61 canções em discos de nome próprio, o primeiro dos quais já tem direito a festejar as duas décadas. Se agora lhe damos o (a)braço e aceitamos o seu permanente convite para caminharmos por dentro as cantigas, apaixonadas como sempre, maduras como nunca, fica bem recordar as ondas de choque que se seguiram à canção “Planície” e ao álbum “Pássaros do Sul”, quando Mafalda chegou, de mansinho e de rompante, a acrescentar valor à Música Portuguesa, animada por essa época mas sempre carenciada de vozes para lhe alimentar a renovação.
Aquilo que parecia timidez e reserva, pedaços de um feitio que não se perdeu, também já era firmeza: Mafalda compunha, escrevia e cantava. À sua maneira.
Se me dão licença, viajo ainda longe no tempo, outra vez num salto de mais de vinte anos: a 24 de Dezembro de 1965, nascia, em Lisboa, Ana Mafalda da Veiga Marques dos Santos, família grande e grande costela alentejana. O ano, sem o saber, já ia de feição para a música, ao registar os nascimentos de Frank Black (Pixies), Linda Perry (das Four Non Blondes), Slash (guitarrista dos Guns n’Roses), Moby e Bjork. Mafalda veio reforçar a bonança e deve a sua iniciação a um tio, o guitarrista Pedro da Veiga, que conhecemos ligado ao Fado. Depois de viver alguns anos em Espanha, Mafalda regressa a Portugal e, a partir de 1983, estreia-se como autora. A canção “Velho” – que será mais tarde incluída no álbum “Pássaros do Sul” – ganha o Festival da Canção de Silves, em 1984. E Mafalda, ao mesmo tempo que se torna aluna do Curso de Línguas e Literaturas Modernas da Faculdade de Letras de Lisboa, grava as suas primeiras maquetas, com a ajuda de António Ferro e António Vacas de Carvalho.

O êxito do álbum “Pássaros do Sul”, produzido por Manuel Faria, dos Trovante, e lançado no final de 1987, fica a dever-se quase exclusivamente a “Planície” – acabando inclusivamente por não valorizar outras canções que já permitiam um esboço inicial do perfil da cantora, como “Restolho”, “Sol de Março”, (a referida) “Velho”, “Nós” ou “O Menino da Sua Mãe” (que aproveita um poema de Fernando Pessoa, numa das raras ocasiões em que Mafalda não assume o pleno no campo criativo). No ano seguinte, é lançado o álbum “Cantar”, de novo produzido por Manuel Faria – apesar de canções como “Por Outras Palavras”, “Nazaré”, “Por Te Rever” ou “O Nome do Sal”, falta-lhe um catalizador. Por algum tempo, teme-se que o impacto avassalador da canção de estreia tenha condenado o porvir da sua criadora. Como se a “Planície” tivesse secado.
Mafalda tomou a decisão mais certa: em vez da “fuga para a frente” e da insistência num rápido regresso aos estúdios de gravação, opta por rodar as canções dos dois discos pelos palcos portugueses. Se um dos pontos altos está nos convites para participações especiais daqueles que seriam os últimos espectáculos em “vida útil” – quer dizer: reencontros de ocasião à parte – dos Trovante, em Sagres e nos Coliseus de Lisboa e do Porto, a cantora lança os nós e os laços iniciais de uma decisiva teia de afectos que, a partir daí, passa a acompanhá-la sempre, em cada recital acústico, em cada espectáculo de média ou grande produção. Se o Poeta disse que “o caminho se faz caminhando”, Mafalda Veiga quase tomou a receita à letra, estabelecendo um roteiro em que, muito mais do que os lugares, contam as pessoas.
Em 1992, dá-se o avanço para o terceiro capítulo do percurso discográfico: “Nada Se Repete” vê Manuel Faria repartir os comandos da produção com Amândio Bastos.

Os músicos que a secundam na gravação são a nata da nata: além de Manuel Faria, lá estão José Peixoto, José Salgueiro, Luís Fernando, Carlos Bica e Nani Teixeira. Luís Represas é “convocado” para o dueto especialíssimo de “Fragilidade”. E o disco ainda rende canções como “Ilha”, “Saltimbanco Louco”, “Baile” e “Prisão” (também com letra de Represas). Recomeça o ciclo de concertos, agora com duas escalas grandiosas no Teatro São Luiz (Lisboa), em que o público acompanha de cor, a par e (com)passo, as canções. Nos anos seguintes, os destinos levam-na mais longe, como por exemplo a Cabo Verde e a Macau (viagem que há-de render, já a seguir, a belíssima “Canção de Macau”). É, para muitos, o fecho de um ciclo – o de apresentação e afirmação – no percurso de Mafalda. Se “Nada Se Repete”, tudo pode crescer.
Espantam-se alguns, porventura mais desconhecedores do meio discográfico nacional, que seja preciso esperar mais quatro anos – até 1996 – para voltarmos a ter notícias frescas de Mafalda Veiga.

Primeiro: “A Cor da Fogueira” implicou uma mudança de editora, fechada a fase com a casa que a revelara. Segundo: José Sarmento é o produtor deste álbum a que chegam novos músicos – Mário Delgado, João Lucas, João Nuno Represas, Rui Alves – mas sobretudo uma musicalidade mais cheia. Para uns, mais “urbana”; para outros, mais “madura”. Qualquer que seja a sentença, é um álbum de charneira entre o que ficava – bem – arrumado no capítulo das memórias e os desafios que haveriam de aparecer adiante, cada vez maiores. Ficam assentes canções como “O Lume”, “Dança da Terra”, “Lisboa de Mil Amores” ou “Procura Por Mim”.
Fica também um mote pessoal, de versos próprios: “Percorrer os caminhos que houver Porque há sempre uma maneira / De recomeçar / O que se quiser”. Mafalda Veiga quis ainda responder de forma afirmativa ao salto que os seus militantes seguidores já lhe reclamavam – esgotou o Grande Auditório do Centro Cultural de Belém (Lisboa). Depois, em 1998, foi à Expo – e à aparentemente imensa Praça Sony – mostrar “Afinidades” com quem não se lhe conhecia próximo: o cubano Raul Torres, um dos trovadores mais carismáticos da ilha, recentemente regressado a Havana e a casa.

Se, para muitos, 1999 foi um ano de encerramentos, despedidas e finais, para Mafalda Veiga a história corre favorável a estreias. Começa, com a edição de “Tatuagens”, a sua ligação a uma nova etiqueta – a Popular, da Valentim de Carvalho. Estreia um novo produtor, Manuel Paulo Felgueiras (conhecido pela sua participação na Ala dos Namorados mas teclista, acordeonista, compositor e produtor de largo espectro). Na canção “Tatuagens”, uma das que o álbum vai popularizar a valer, chega ao dueto com uma das suas referências maiores (ao lado de Joni Mitchell, Sheryl Crow, Tori Amos, Caetano Veloso, mais recentemente Sufjan Stevens): Jorge Palma. O álbum traz lá dentro algumas das maiores pérolas da autora, de “No Resto do Sol” a “Cada Lugar Teu”, de “Lado (A Lado)” a “Vestígios de Ti”. A identificação com o público é ainda maior, talvez porque os “enredos” de Mafalda sugiram essa partilha, essa passagem de mão em mão. Por fim, a 10 de Dezembro, a vida de Mafalda continua a mudar, agora a um nível íntimo – nasce o seu filho Tomás que, poucos anos depois, a mãe já definirá como “um grande parceiro”.
Naturalmente, o ano seguinte permitiu fazer a colheita de todas as sementeiras: por duas vezes, em Maio e em Outubro o CCB transforma-se em local de celebração, completamente esgotado mas, sobretudo, absolutamente rendido a uma voz e a uma certa forma de fazer chegar a música a todos os que dela necessitam. Acrescentado o concerto do Rivoli, Porto, também em Outubro, há uma prova que ficará como testemunho do estado de graça de Mafalda: “Ao Vivo”, esse sinal interior de riqueza não só obriga a reviver canções como redimensiona outras, desde o princípio. Há um momento curioso, em que a cantora introduz uma das cantigas dizendo: “Esta é aquela que eu mais gosto de vos ouvir cantar”. E, tema a tema, percebe-se que nada escapa a auditórios que merecem ser recompensados com aquela comunhão. O Disco de Platina que premeia “Ao Vivo” é de uma naturalidade total. Mas há um presente ainda maior para a cantora: a geração espontânea do Clube de Fãs da Mafalda Veiga, seguramente um dos mais ativos e dedicados que se manifestam em Portugal. Por outro lado, cabe ao Clube a concepção e execução do site de Mafalda, carinhosa e exaustivamente alimentado até hoje.
Mafalda compõe para telenovelas portuguesas (“Olhos de Água”, TVI) e brasileiras (“Sabor da Paixão”, Globo/SIC), chegando a viajar até ao Rio de Janeiro para aparecer, cantando, num dos episódios da novela.

Depois de já ter escrito para Susana Félix, Bernardo Sassetti, Paulo de Carvalho e Anabela, divide um tema com André Sardet e participa num dueto incluído no álbum “André Sardet”. Ensaia um formato de concertos mais intimistas, experiência que haverá de manter em aberto até hoje – basta olhar para o seu calendário para saber que é isso (três músicos em palco) que acontecerá em Vagos (19 de Abril) e em Sesimbra (14 de Junho), enquanto a banda “integral” marcará presença em Guimarães (26 de Abril), em Setúbal (17 de Maio) e na Terceira (7 de Agosto), só para citar alguns casos.
Sigamos em frente: “Na Alma e Na Pele” é o – significativo – título do disco que vê a luz em Março de 2003. De novo, o desejo de aventura implica que haja um novo produtor recrutado: Rui Costa, ex-Silence 4, hoje a tempo inteiro na Filarmónica Gil. “Uma Gota”, “Cúmplices” (o avivar do namoro com o Clube de Fãs, a quem o tema é dedicado), “O Menino do Piano” (que estará na origem de um filme concebido e desenhado por Joana Miguéis), “De Mão Em Mão” ou “Fim do Dia (No Lado Quente da Saudade)” são todas canções com certificado de garantia.
E, ao mesmo tempo, ótimos argumentos que ajudam a explicar mais uma sala esgotada, desta vez o Coliseu dos Recreios, lotado em duas noites consecutivas. Ou, para sermos exatos: como a data inicialmente prevista (dia 4) esgotou em menos de duas semanas, acrescentou-se uma segunda (dia 5), que teve o memo destino. É desse segundo concerto, requintado nos cenários e nas projecções, com o saxofonista Edgar Caramelo como convidado especial, que sairão as imagens para o DVD que, além do espetáculo, ainda acrescenta vários extras e um CD audio bónus. Em Novembro de 2003, novo sonho concretizado: Mafalda participa no projecto “A Cantora, o Compositor, o Estilista e o Convidado Dela” com um espectáculo de homenagem a um dos compositores que mais admira, Jorge Palma. Conta com a colaboração da estilista Maria Gambina e tem como convidado o realizador João Carrilho, que prepara cinco filmes que ilustram algumas canções, sempre com referência a Jorge Palma. Escusado será dizer que ambas as salas onde se realizam estes “especiais” – Rivoli, no Porto, e Grande Auditório do CCB, em Lisboa – esgotam com antecedência e contam com públicos conhecedores e empenhados.
Com o guitarrista António Pinto na direcção musical da sua banda, Mafalda tem mais um ano em cheio em 2004 – marca presença e marca pontos na Queima das Fitas de Coimbra, nas Festas de Lisboa em Monsanto, no Festival Maré de Agosto nos Açores.
Ainda assim, é provável que, a ter que escolher apenas uma memória de todos os palcos do ano, Mafalda optasse pela actuação nas Festas da Cidade de Aveiro, no âmbito do Euro 2004. Por uma razão simples: passada quase dúzia e meia de anos sobre o seu “baptismo” – nada mal intencionado, pelo contrário – como Mafalda Vega, a cantora portuguesa teve finalmente a oportunidade de dividir o palco com Suzanne Vega. Igualmente repartida é o calor da recepção tributado pelas 15 mil pessoas presentes no concerto. Mafalda ainda tem tempo para, com a dupla chancela da Quasi Edições, fazer publica o seu primeiro “Songbook” e um conto infantil chamado “O Carocho Pirilampo Que Tinha Medo de Voar”.
Daí para cá, terá havido apenas um momento de hesitação para Mafalda Veiga: por um lado, tinha o seu novo disco – o sétimo de estúdio e originais – praticamente pronto e sentia o apelo de responder às pistas deixadas em aberto com “Na Alma e Na Pele”; por outro, caía-lhe no colo a proposta inquietante de um recital (depois disco e mais tarde ainda digressão), “lado a lado” com João Pedro Pais.

Talvez Mafalda se tenha inspirado nos versos de uma das suas novas canções, “Outra Margem de Mim”: “Não é preciso correr / Não é urgente chegar / O que é preciso é viver”. Ao certo, o que se sabe é que uma primeira apresentação quase intimista, com canções de um e de outro, a que se juntaram temas comuns aos gostos de ambos (caso de “Paciência”, do brasileiro Lenine), acabou por dar origem a um dos discos mais ouvidos e amados do ano português. E até as salas tiveram que acompanhar a dimensão uniformemente acelerada do fenómeno: o que começou no Centro Cultural Olga Cadaval, em Sintra, acabou nos Coliseus de Lisboa e Porto, com as presenças de Fausto e José Mário Branco.
Agora, é Abril. De 2008. Tempo de novos sonhos e multiplicadas aventuras, mas também da descoberta de um “Chão” que não treme nem nos faz tropeçar. Não o conhecemos bem, ainda, mas já se pressente que volta a ser aqui a nossa terra. Mas enfim, essa é outra história. Que continua a fazer plena justiça a uma das frases – ou versos – favoritas de Mafalda Veiga. É de Tom Waits e diz só isto: “You must risk something that matters”. Estamos todos de acordo.
Fonte:Site Oficial
Portugal é a terra do Fado, o Brasil o Samba, o Estados Unidos o Rock, bom,certo é que em todas as culturas tem o lado "pop" que faz muito bem a juventude, e Mafalda Veiga é um exemplo desta qualidade musical, de Portugal para o mundo.
Sucesso e mais sucesso á Mafalda Veiga. Confiram os videos e as galerias de fotos, obrigado por tua presença, siga e participe deste humilde cantinho da música, até mais...



Mafalda Veiga - Uma Gota





Mafalda Veiga- Achados e Perdidos





Mafalda Veiga - Abraça-me bem





Mafalda Veiga - Estrada





Mafalda Veiga - Cada Lugar Teu





Mafalda Veiga e Jorge Palma - Tatuagens




Mafalda Veiga - Imortais - Um video sobre a musica Imortais do ultimo album de Mafalda Veiga - CHÃO - Comprem o CD! Simplesmente admirável!


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